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Liliana Silva: “Tenho dificuldade em aceitar um Ministro do Ambiente que está contra o Ambiente”

15 Junho, 2019 - 11:40

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“Tenho alguma dificuldade em aceitar um Ministro do Ambiente que está contra o Ambiente”. A frase é de Liliana Silva. Foi assim que a deputada do PSD na Assembleia da República reagiu após as declarações de João Pedro Matos Fernandes, após ter sido questionado sobre a denúncia da associação ambientalista Quercus à organização da Nações Unidas UNESCO contra a instalação de minas de lítio a céu aberto na região do Barroso.

“Tenho alguma dificuldade em aceitar os que são nem-nem-nem, isto é, os que são contra tudo”, criticou Matos Fernandes. “A exploração de minas de lítio em Portugal vai ser feita com todo o rigor ambiental. Nós tínhamos identificado doze locais de elevado potencial de lítio num primeiro documento. Destes, três já foram excluídos precisamente porque tinham uma grande sensibilidade ambiental”, destacou em declarações aos jornalistas à margem da conferência Africa Energy Forum que decorreu em Lisboa. Segundo o governante, “uma mina de lítio é em tudo comparável com as minas de feldspato ou de quartzo que já existem, do ponto de vista ambiental”.

 

Liliana Silva: “[Matos Fernandes] É o responsável e co-responsável pelas maiores ameaças ambientais no Alto Minho.”

 

Mas Liliana Silva, que colocou este tema na agenda nacional, mostra-se irredutível e lança fogo cerrado sobre o Ministro do Ambiente. “É o responsável e co-responsável pelas maiores ameaças ambientais no Alto Minho. Em vez de justificar com argumentos de Ministro do Ambiente, fala como um Ministro da Economia”, atira a deputada do PSD. E deu exemplos.

“Temos a central de produção de betuminoso no centro de uma freguesia em Ponte de Lima. O Ministro do Ambiente sabia de tudo e aprovou,desprezando os apelos da população. Tapando os olhos às ilegalidades que lhe foram comunicadas”, lamenta Liliana Silva. “Há hidrocarbonetos a serem libertados ao pé de escolas e estruturas residenciais para idosos, mas este Ministro não quer saber”.

Natural de Caminha, a deputada está agora na linha da frente daqueles que não querem a prospeção/expolaração de lítio na Serra d’Arga. Acusa Matos Fernandes de ter posto a serra “á venda”. “Em vez de falar de Ambiente, vem com discursos de contrapartidas financeiras e de criação de emprego. Mas que emprego?”, questiona Liliana Silva.

 

Liliana Silva: “[Matos Fernandes] concorda com a exploração em mais de dois mil quilómetros quadrados de área! Passa por cima de tudo e de todos.”

 

 

“Porque é que Portugal se tornou o último reduto?”

 

“Há que ter em conta que a extração de lítio em Portugal é feita a partir da rocha. Noutros países extraí-se dos salgados, como na América do Sul. Porque é que Portugal se tornou o último reduto para a descarbonizaçao?”, questiona. “Porque temos que ser nós as vítimas? Nós queremos vender o nosso turismo e valorizar o turismo habitação e as nossas zonas mais rurais. Se podem retirar lítio sem destruir serras inteiras e paisagens protegidas porque é que insistem nesta destruição massiva do nosso território permitindo crateras de vários quilómetros. Isto será um atentado ambiental em larga escala!”

“Estas zonas com menor densidade populacional já são sempre penalizadas nas medidas do governo, mas desta vez é demais”, considera a deputada.

 

Em jeito de síntese, Liliana Silva não baixa as armas. Pelo contrário. Afina a pontaria e abre ainda mais fogo. “Em vez de abordar a questão da exploração do lítio de uma forma humilde e ajustada ao tamanho do país, o Ministro do Ambiente vem dizer que concorda com a exploração em mais de dois mil quilómetros quadrados de área! Passa por cima de tudo e de todos”, disse.

“As pessoas não são contra tudo. Aceitam quando têm de aceitar e quando os projetos são apresentados com transparência e seriedade”. O que não é o caso para a deputada social-democrata que termina a lamentar “um jogo do empurra, das escondidas, do hoje sou a favor mas amanhã já faço tudo para dificultar a exploração do lítio no nosso território”.

Uma deixa final que terá sido também recado para o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, que afirmou esta quinta-feira, que o município irá “colocar todas as dificuldades que puder” para evitar a prospeção de minerais na Serra D’Arga. “O que posso dizer é que vamos criar muitas dificuldades, tudo o que a lei nos permitir”, afirmou o autarca socialista em sessão camarária.

 

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