O ex-presidente da concelhia do PSD de Ponte da Barca vai apresentar-se às próximas eleições autárquicas como candidato independente, depois de ter apresentado a demissão em protesto contra a extinção de freguesias, confirmou hoje o próprio.
“Conheço muito bem o concelho, tenho um projeto de desenvolvimento para Ponte da Barca e, por isso, decidi avançar”, disse hoje à agência Lusa o candidato, Augusto Marinho.
À semelhança da restante direção da comissão política concelhia do PSD de Ponte de Barca, Marinho apresentou em maio de 2012 a demissão do cargo, em protesto contra a forma como estava a ser conduzida a reforma administrativa que entretanto aprovou a redução do número de freguesias em todo o país.
“A minha demissão prende-se com uma questão de consciência, não é contra ninguém. Em 2009, nas eleições autárquicas, andei a pedir o voto às pessoas, prometendo que as ia defender. Com esta reforma, o exercício das funções de vereador e de presidente da concelhia passaram a colidir”, apontou, na altura, o ex-líder social-democrata.
Economista de formação, com 38 anos, Augusto Marinho apresentou no final de 2012 a desvinculação do PSD e tornou-se vereador independente na Câmara de Ponte de Barca, reforçando as críticas à reforma administrativa do território, processo que naquele concelho prevê a redução este ano, das atuais 25 para 17 freguesias.
O ainda vereador admitiu ser favorável à fusão de freguesias, “mas apenas de forma voluntária” e “nunca perante um cenário de as populações ficarem em pior situação”, classificando este processo como “profundamente lesivo” dos interesses locais.
“Apresento a minha candidatura num momento de profunda crise nacional, desencadeada, é verdade, pelo desgoverno das políticas socialistas, mas de que o governo social-democrata, demasiado preocupado com o cumprimento acéfalo de metas europeias, não consegue resgatar-nos”, afirmou o agora candidato independente.
Acrescentou que “um dos motivos” do “atraso” de concelho é a falta de união local e que “para essa divisão muito têm contribuído os interesses partidários, que muitas vezes não são coincidentes com os interesses de Ponte da Barca”.
“A minha candidatura será totalmente independente, contando com homens e mulheres de todas as forças partidárias, como do PSD, do PS e do CDS-PP. Até mesmo da CDU”, sublinhou.
Além de Augusto Marinho, também já são conhecidas as candidaturas oficiais do socialista Vassalo Abreu, que tentará garantir um último mandato, e de Armindo Silva, pelo PSD, neste caso um ex-presidente da Câmara de Ponte de Barca e cuja candidatura já foi homologada pela direção nacional do partido.
O ex-presidente da concelhia do PSD de Ponte da Barca garante que além da lista à Câmara, este movimento independente que lidera também se vai apresentar a votos para a Assembleia Municipal e em todas as Juntas de Freguesia do concelho.
“Lamentavelmente, já não serão as 25 freguesias, mas em todas será para lutar pela vitória”, rematou Augusto Marinho.
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