“AdAM? Enquanto eu for Presidente, nunca na vida!”. A exclamação foi deixada por António Barbosa (PSD), presidente da Câmara de Monção, durante a última reunião do Executivo Municipal realizada na freguesia de Sago.
A vereação socialista lançou para a mesa o Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal. No documento, a ERSAR divulga os dados da qualidade da água distribuída para consumo humano em 2020. Uma das principais conclusões, lê-se, é que a água distribuída pela empresa Águas do Alto Minho (AdAM) possui indicador de água segura igual a 98,8 %.
Entre os concelhos do distrito de Viana do Castelo, o de Caminha é aquele onde o índice de segurança da água distribuída mais cresceu, atingindo um valor acima da média nacional.
Refere ainda o documento que os três Municípios do Alto Minho com piores índices de qualidade são os de Ponte da Barca (97,60%), Melgaço (96,98%) e Monção (96,09%), abaixo da média nacional.
Estes Municípios são precisamente aqueles que não aderiram à Parceria Pública que uniu Arcos de Valdevez, Caminha, Paredes de Coura, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira com as Águas de Portugal e constituiu a AdAM.
“Os dados são de 30 de dezembro de 2020. Já pecam por tardios. Mas foi com tristeza que vimos a informação de que temos a pior qualidade de água no distrito”, lamentou Filipe Quintas, vereador pelo PS.
“Apresentamos uma percentagem de água segura de 96%. Estamos ligeiramente pior do que em 2019. Na altura éramos o 3º concelho pior do distrito. Atrás de nós, apenas Melgaço e Vila Nova de Cerveira”, apontou o líder da oposição socialista.
Para Filipe Quintas, estes “são dados que requerem reflexão e, mais do que isso, um trabalho concreto no tratamento da nossa água para lhe devolvermos a qualidade que deve ter porque é um tema de saúde pública”.
Barbosa: “Não vai ser por aí que nos vão pressionar!”
Na resposta ao vereador socialista, António Barbosa foi taxativo. Iniciou logo pelo pormenor mais evidente: os três últimos Municípios no ranking são aqueles que não aderiram à AdAM. “Mas não vai ser por aí que nos vão pressionar! Enquanto eu for presidente de Câmara, nunca na vida o Município vai entrar numa coisa destas!”, assegurou.
Sem rodeios, o autarca social-democrata retira apenas uma conclusão do ranking efetuado pela ERSAR. “Os meninos feios são aqueles que não triplicaram ou que não quadruplicaram o preço da água nos seus territórios”, disse Barbosa. “Pois o nosso vai continuar assim!”, garantiu.
“Naturalmente que sabemos que vão ter de haver ajustamentos no preço da água. Mas estamos a falar de variações mínimas”, adiantou Barbosa, voltando a frisar a vontade de melhorar mas descartando sempre qualquer hipótese de adesão à referida empresa.
Filipe Quintas: “Queremos manter a água como nossa”
Temendo que a mensagem tivesse sido mal compreendida, Filipe Quintas voltou a intervir sobre esta matéria. O vereador socialista fez questão de deixar bem claro que “não queremos, de todo, vender a água”.
“Todos nos opomos a qualquer ideia ou pensamento que possa existir sobre qualquer possibilidade de vender a nossa água. Queremos manter a água como nossa e estamos juntos nesse sentido”, sublinhou Filipe Quintas.
Para o vereador socialista, a resolução passa por “algo que os nossos serviços terão de diagnosticar e definir depois um plano de ação concreto para que, com a nossa gestão municipal, possamos ter água de melhor qualidade”.
A AdAM, empresa de gestão das redes de água em baixa e de saneamento, opera desde janeiro de 2020. É detida em 51% pela Águas de Portugal e em 49% pelos municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (na altura PSD), Viana do Castelo (PS) e Vila Nova de Cerveira (na altura Movimento independente PenCe – Pensar Cerveira), que compõem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.
Três concelhos do distrito – Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS) – reprovaram a constituição daquela parceria.
A cedência da exploração e distribuiçao de água pela empresa,foi o pior presente envenenado que os autarcas deram aos seus eleitores!Para já as CM vão subsidiando os custos,mas provisóriamente!!!
O Senhor Filipe Quintas anda muito distraído em relação a alguns relatórios, eu vou recordar a esse Senhor que aquando o início da vossa grande obra o Minho Parque, os vossos comparsas que fazem os relatórios , (que até foram premiados) descobriram que nesse espaço haviam lagartichas lusitanas , salamandras e outros bichos de pequeno porte, mas não viram coelhos, cabras bravas, javalis entre ouros mais , então Senhor Quintas não acha estranho só os Municípios não aderentes à vossa Empresa terem águas de pouca Qualidade???? Se quer continuar a respeitar o povo de Monção pelo menos seja querente.