Tiago Cunha é o candidato pelo PS à presidência da Câmara Municipal de Paredes de Coura nas eleições autárquicas do próximo dia 12 de outubro.
Em entrevista à Rádio Vale do Minho, o candidato volta a sublinhar que “a habitação é o pilar central da candidatura”. Mostra vontade de fazer com que Paredes de Coura cresça. “Mais até do que aquilo que tem crescido até ao momento”.
Rádio Vale do Minho (RVM) – Qual ou quais as razões que o levam a candidatar-se à presidência da Câmara Municipal?
Tiago Cunha (TC) – A razão principal é o amor que tenho a Paredes de Coura. Ao meu concelho… à minha terra.
Foi isso que sempre me motivou a integrar, fosse em que lugar fosse, qualquer solução autárquica para Paredes de Coura.
RVM – Que balanço faz do anterior mandato?
TC – É inevitável não fazer um balanço positivo. Mas, mesmo sendo positivo, não me ilude. Não me desfoca.
A maior questão para mim não é tanto aquilo que já conseguimos fazer, mas é muito mais aquilo que queríamos fazer, que queremos fazer e ainda não foi possível.
Entre isso está a Zona Industrial de Linhares, a ligação ao Parque Industrial de Castanheira e mais soluções de habitação para as pessoas, dado que é um problema com um impacto social e económico enorme.
RVM – Que medidas propõe ao nível da habitação?
TC – A habitação é o pilar central da nossa candidatura. Os projetos de custos controlados são para nós fundamentais. Temos um já em implementação, para venda, e há um outro maior, com mais de 50 fogos, para arrendamento acessível.
Temos também a solução da disponibilidade de solo para construir fora da vila, nas freguesias, para não perdermos vitalidade nas aldeias.
Há uma forma que não é simples mas é possível: utilizar espaço urbano, de titularidade coletiva, para criar pequenos loteamentos nas diversas freguesias por forma a conseguirmos ter uma resposta para a fixação de população.
Esta não é só uma medida para a habitação mas também é uma medida de coesão territorial.
Temos ainda a solução de revisão de taxas e regulamentos urbanísticos municipais. Queremos incentivar os mais jovens, dado que o custo da habitação está cada vez mais elevado. Havendo a possibilidade de diminuirmos o custo dos encargos administrativos, isso será fundamental para nós.
RVM – Que propostas tem para o comércio?
TC – Há muito para fazer ao nível do comércio local, sobretudo na dinamização. Paredes de Coura, à semelhança dos outros concelhos, tem um fenómeno de sazonalidade que é evidente: há épocas melhores e outras de maior melancolia. São essas que merecem a nossa atenção e que nos motivam para conseguir trazer mais pessoas cá.
Nessa época, de novembro a maio, queremos trabalhar sobretudo com o nosso associativismo criando atividades ou tornando-as mais periódicas. Isto para que as pessoas saibam que há sempre atividades.
RVM – Que projetos tem para a indústria?
TC – A Zona Industrial de Linhares é uma prioridade para nós. Temos também a ligação da Zona Industrial de Formariz à Zona Industrial de Castanheira, de forma a chegarmos a todo o concelho.
Queremos também apostar numa melhoria da ligação à A27.
RVM – Que ideias tem para a saúde?
TC – Um dos grandes objetivos é o reforço dos Cuidados de Saúde Primários. Temos uma população bastante envelhecida. A proximidade e o acompanhamento que é feito pelos nossos serviços, através da unidade móvel, tem sido exemplar.
O que queremos é tentar alargar, cada vez mais, não só em número de pessoas mas também nos serviços.
Em termos de obras, é fundamental a reabilitação do Centro de Saúde.
RVM – Que propostas tem para a cultura e desporto?
TC – A promoção do desporto tem, inevitavelmente, impacto na saúde. O concelho de Paredes de Coura tem tido uma evolução incrível ao nível da promoção do desporto. Não só futebol, mas em todas as modalidades.
Queremos apostar sobretudo na formação. Nas camadas jovens, dado que estamos também a formar cidadãos. Há a componente física, mas há também a vertente cívica porque o desporto também promove o respeito pelas regras.
Em termos de obras, faremos o reforço com novo campo coberto do pavilhão municipal, a piscina exterior, um campo de padle e uma pump track para os desportos urbanos.
Na área da cultura, e conforme já referi, o associativismo é, e será sempre, fundamental para nós de forma a realizarmos as mais diversas atividades.
Queremos também manter a oferta de programação cultural de qualidade e diversificada, acrescentando uma preocupação adicional em torná-la participada, sobretudo ouvindo e envolvendo os jovens.
RVM – A população de Paredes de Coura tem vindo a diminuir? Que medidas para inverter este ciclo?
TC – Desde 2021 até 2025 houve, precisamente, um aumento da densidade populacional, o que significa que estamos a inverter essa tendência de perda de população. Para mantermos essa rota precisamos de implementar as soluções de habitação que referi e a manter a estratégia de captação de investimento e criação de empresas. As pessoas estão onde puderem habitar e trabalhar.
RVM – Que papel tem hoje o Festival de Paredes de Coura no concelho?
TC – O festival é um ativo. Não são todos os concelhos que podem orgulhar-se de ter um evento que traz tanta gente e projeta tanto a marca de Paredes de Coura.
Há uma alavancagem económica e mediática e há também uma margem muito grande para tornarmos essa alavancagem o mais presente e permanente possível. Todos os eventos que possamos criar associados a esta permanência devem ser o caminho.
Temos de garantir que o público fique cá ainda por mais tempo e, sobretudo, que possa regressar todo o ano.
RVM – Que mensagem deixa ao eleitorado?
TC – Deixo uma mensagem de confiança e de esperança. Que as pessoas vejam na nossa candidatura uma vontade grande de fazer com que Paredes de Coura cresça. Mais até do que aquilo que tem crescido até ao momento.
Deixo também uma mensagem de confiança. Mais do que confiarem em mim, em nós, sou eu que confio nos courenses. Na capacidade deles fazerem e criarem.
O mérito do crescimento económico que o concelho tem tido resulta do trabalho de cada um deles. Ser trabalhador incansável é uma caraterística dos courenses.
Os courenses não só são trabalhadores incansáveis como pessoas resilientes e será para mim uma honra muito grande poder representá-los.
[N.R – A Rádio Vale do Minho enviou, via email, 10 questões a todos os candidatos à presidência da Câmara Municipal deste concelho nas eleições autárquicas do próximo dia 12 de outubro. São publicadas as respostas daqueles que aceitaram o nosso repto]
Comentários: 0
0
0