Alípio Sousa é o candidato pela CDU à presidência da Câmara Municipal de Valença nas eleições autárquicas do próximo dia 12 de outubro.
Em entrevista à Rádio Vale do Minho, o candidato mostra-se insatisfeito com a atual gestação municipal e considera que “o PSD deixou marcas negativas que nunca foram verdadeiramente resolvidas pelo PS”
Rádio Vale do Minho (RVM) – Qual ou quais as razões que o/a levam a candidatar-se à presidência da Câmara Municipal?
Alípio Sousa (AS) – A minha candidatura à presidência da Câmara Municipal de Valença surge da clara necessidade de dar voz a uma alternativa que realmente represente os interesses da população. Valença tem sido gerida pelo PSD e PS, mas os problemas estruturais do concelho persistem.
O PSD deixou marcas negativas que nunca foram verdadeiramente resolvidas pelo PS.
Trago comigo uma forte experiência autárquica: participei em vários mandatos na Assembleia Municipal e, nesse período, fomos o grupo político com mais propostas e intervenções, sempre numa lógica construtiva e de proximidade com os problemas reais das pessoas.
Além disso, fui membro da Junta de Freguesia de Friestas e presidi à respetiva Assembleia de Freguesia, o que me deu uma visão clara das necessidades das populações locais.
RVM – Que balanço faz do anterior mandato?
AS – Era difícil fazer pior do que os executivos do PSD, mas o PS também falhou em dar resposta aos problemas estruturais do concelho.
Continuamos sem soluções para a mobilidade entre freguesias, sem transporte público digno e sem políticas eficazes para melhorar a qualidade de vida — tanto no apoio à terceira idade como na criação de condições para fixar os mais jovens.
RVM – Que medidas propõe ao nível da habitação?
AS – Valença não tem verdadeiras políticas públicas de habitação desde os anos 90 — como o caso do bairro de Friestas, onde a CDU teve um papel ativo.
A Câmara tem de assumir responsabilidade, articulando-se com o Estado para promover nova habitação a preços controlados.
Defendemos também uma fiscalização efetiva dos arrendamentos, para garantir condições dignas para quem vive em Valença.
RVM – Que propostas tem para o comércio tradicional?
AS – O comércio tradicional de Valença já teve dias melhores. Sofre com o aumento do custo de vida e a proliferação das grandes superfícies.
A Câmara deve apoiar a modernização destes pequenos negócios e incentivar o associativismo, para que juntos tenham mais força na defesa dos seus interesses.
RVM – Que projetos tem para a indústria?
AS – Valorizamos todo o investimento realizado no nosso concelho. Importa naturalmente segurar as empresas já instaladas, sobretudo na Zona Industrial de Gandra, melhorando e diversificando as vias de acesso para facilitar a logística e atrair novos investimentos.
Mas esse investimento tem que acautelar os direitos dos trabalhadores, garantindo condições justas e dignas.
Não podemos subsidiar a instalação de empresas multinacionais que apresentam lucros milionários e poucos anos depois deslocalizam a sua produção para um qualquer país onde arranje mão de obra ainda mais barata…
Além disso, queremos sobretudo apoiar as pequenas e médias empresas locais, a maioria do nosso tecido empresarial, com incentivos e apoios específicos, para fortalecer a economia do concelho e criar mais emprego qualificado.
RVM – Que ideias tem para a saúde?
AS – Valença precisa de um Centro de Saúde capacitado e um serviço de urgências do SNS aberto.
Há mais de 20 anos, o PS encerrou os Serviços de Atendimento Permanente e desde então vários governos têm procurado desmantelar o SNS e o resultado está à vista: o negócio da doença proliferada e já há dois Hospitais privados no concelho e o acesso das pessoas à saúde degrada-se.
O principal problema na saúde em Valença não são as infraestruturas, mas sim a falta de médicos no Centro de Saúde.
O PS com a sua hipocrisia aponto como prioridade a reabertura do SAP em Valença. Ainda no último Orçamento do Estado, o PCP voltou a propor isso mesmo não tendo sido acompanhado pelo próprio PS!
RVM – Que propostas tem para a cultura e desporto?
AS – É urgente recuperar a nova dinâmica cultural e desportiva que Valença teve nas décadas de 80 e 90, um período de maior participação e vitalidade.
Infelizmente, o associativismo perdeu fôlego em muitas freguesias, e é essencial apoiar essas associações para que voltem a ser um motor ativo na vida local.
Além disso, queremos valorizar os recursos naturais do concelho, como o Rio Minho, promovendo modalidades como o remo, que podem atrair praticantes e eventos, além de fortalecer o turismo e a identidade local.
Com estas medidas, a cultura e o desporto podem voltar a ser pilares importantes para a coesão social e o bem-estar da população.
RVM – Que propostas tem para a educação?
AS – Na Educação, com a transferência de encargos para os município há novos desafios.
As escolas do concelho precisam de mais meios, particularmente professores, auxiliares e outros técnicos para garantir uma educação de qualidade a todos e ao mesmo tempo contribuir para a inclusão e integração de todos que cá vivem e trabalham.
RVM – O Festival Contrasta foi um dos eventos novos do último mandato. Que balanço faz?
AS – Todos queremos que Valença tenha concertos, música e arte acessíveis a toda a população.
O Festival Contrasta deve fazer parte de uma dinâmica cultural contínua e essa dinâmica cultural deve estar espalhada pelo território ao mesmo tempo que se promove o intercâmbio entre Galiza e Portugal, para enriquecer a nossa oferta artística e fortalecer os laços entre as duas regiões.
RVM – Que mensagem deixa ao eleitorado?
AS – Peço o voto para construir um Valença diferente — mais justo, com mais oportunidades e melhor qualidade de vida para todos.
A CDU é a força que conhece os problemas, tem experiência e vontade para mudar. Conto com a sua confiança para juntos fazermos a diferença!
[N.R – A Rádio Vale do Minho enviou, via email, 10 questões a todos os candidatos à presidência da Câmara Municipal deste concelho nas eleições autárquicas do próximo dia 12 de outubro. São publicadas as respostas daqueles que aceitaram o nosso repto]
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