Considerando a cooperação transfronteiriça fundamental para o desenvolvimento territorial, e perante a existência de preocupações e desafios futuros, a UNIMINHO dinamizou esta quinta-feira uma jornada de trabalho com a coordenadora da recém-constituída Unidade de Missão para a Valorização do Interior, Helena Freitas.
É já uma reivindicação antiga e que continua na ordem do dia. Os autarcas do Vale do Minho Transfronteiriço continuam a alertar as entidades dos dois países para a necessidade dos fundos comunitários destinados à cooperação transfronteiriça serem verdadeiramente gastos nos concelhos fronteiriços, de forma a potenciar e valorizar os seus recursos em prol das populações.
Partindo desta premissa, a reunião entre a UNIMINHO e a Unidade de Missão para a Valorização do Interior (UMVI) serviu para dar a conhecer as inúmeras potencialidades deste território de fronteira, muitas vezes estagnadas pelas limitações sentidas por quem o vive. “Tem sido desenvolvido um grande trabalho de cooperação ao nível da partilha de equipamentos públicos, da proteção civil e de dinâmicas culturais e sociais, mas queremos e sabemos que podemos fazer mais, no entanto são fundamentais algumas medidas facilitadoras para o futuro”, explicou o presidente da UNIMINHO e do concelho de Melgaço, Manoel Batista, acrescentando que “não há dúvidas que este é um território especial, muito humanizado e, por isso, a estratégia deve ser encarada de forma convergente por todos. Neste sentido apresentamos a candidatura ao INTERREG V A de um grande projeto de preservação e valorização do rio Minho transfronteiriço, bem como de afirmação de uma marca turística transfronteiriça”.
Por sua vez, Uxio Benitez, da Deputacion Ponteverdra foi perentório na definição do desafio colocado. “O rio Minho está repleto de oportunidades turísticas, patrimoniais, sociais e económicas que podem desenvolver este território, constituindo uma política estratégica na fronteira do rio Minho para oferecer um atrativo conjunto”.
Por sua vez, Helena Freitas começou por confirmar a existência de uma perceção clara deste Governo para as vantagens que a cooperação transfronteiriça acarreta ao nível de um maior equilíbrio territorial. Após auscultação das intervenções dos autarcas portugueses e galegos, a coordenadora da UMVI elogiou esta dinâmica transfronteiriça existente entre estas duas margens nas mais diversas áreas de atuação. “Esta é uma realidade que pode ser um exemplo a seguir, uma bela experiência de partilha e de convergência de interesses. A experiência no rio Minho é extraordinária por haver uma dinâmica instalada, pois os rios são elementos estruturantes de comunicação dos territórios, sendo fatores de união e não de separação”, assegurou.
O período da tarde ficou reservado para uma Mesa de Trabalho designada “Os desafios da cooperação transfronteiriça na fronteira do Rio Minho”, em que juntou à mesma mesa cerca de 15 entidades parceiras dos dois lados da fronteira, com funções nas áreas da educação, saúde, mobilidade, setor empresarial, emprego e desenvolvimento territorial. Cada representante apresentou à coordenadora da UMVI várias preocupações e entraves, interesses e desafios para uma maior dinamização entre as duas margens, sobretudo ao nível de legislação e burocracia.
De sublinhar que a Unidade de Missão para a Valorização do Interior foi recentemente criada com o objetivo de elaborar um Programa Nacional de Coesão Territorial, identificando medidas importantes para os territórios definidos como de baixa densidade, designadamente os territórios fronteiriços.
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