Chegamos ao fim-de-semana de S. Martinho e, como de costume, lá teremos que conciliar castanhas e golos. Mas também não é assim tão difícil, pelo menos adquirir as castanhas, pois a colheita foi abundante; já quanto aos golos, poderemos incentivá-los, mas a concretização depende da pontaria dos artilheiros ou da pouca visão dos guarda-redes. Mas uma coisa é certa: se a produtividade em golos não for abundante, não será pela falta de motivações para excelentes prestações provocadas pelo clima entusiástico e fervoroso dos dérbis: mormente a nível distrital, pois este será, indubitavelmente, o fim-de- semana dos dérbis. Só no coração do “nosso” Vale, vejam bem, Desportivo de Monção/Valenciano, Melgacense/Moreira e Longos Vales/Raianos. E na extremidade, acrescentemos-lhe um Ancorense/Âncora Praia. Que acha?
Entrando pela divisão de honra vianense, a interrogação que se coloca, pelo menos por enquanto, é saber que desempenho manterá o líder destacado, Atlético dos Arcos. Tem deslocação ao 1º de Janeiro e o objectivo do Campos será a manutenção que, por ora, não está sob ameaça, mas se poder colher uns pontinhos, tirando vantagem da melhor adaptação ao piso, certamente não desaproveitará, embora os forasteiros virão com pensamento na manutenção da distância da fuga, e até possível alargamento, mormente ao Cerveira e Piães, pois têm saídas para fora do seu ambiente de conforto. E então a viagem do Cerveira ao Neves é um confronto de redobrada expectativa, porquanto os anfitriões, provenientes de derrota, não poderão tropeçar, sob pena de ficarem com metade dos pontos do líder, sinónimo de desastre, mas os visitantes também provêm de resultado negativo e repetindo-o, o afastamento também será preocupante. Já o Vitorino de Piães tem viagem mais curta até Arcozelo, dentro do mesmo concelho, mas o factor dérbi acarreta dificuldades. O único do trio perseguidor, em seu domínio, é o conjunto da Correlhã, mas o adversário chama-se Castelense, rigorosamente a sensação da prova no período que ocorre.
Registamos agora três dérbis, com o “clássico” Desportivo de Monção/Valenciano, à cabeça, num período de prestações deficientes por ambos os lados, embora com os forasteiros em pior situação, a ponto de poderem entrar em perturbação pelas dificuldades em saltar do “buraco”, mas com os monçanenses a não poderem passar pela quarta vez consecutiva sem oferecerem um triunfo caseiros aos sócios e simpatizantes. Duelo, por conseguinte, apetecível, mas também o Chafé/Vianense assume contornos importantes, mormente para os da capital, pois correm riscos de perderem, praticamente em definitivo, o topo e até serem ultrapassados pelo adversário, sendo ainda marcado pelo atributo de dérbi a partida entre Lanheses e Vila Fria, com os locais tranquilos mas os visitantes em busca desenfreada dum primeiro ponto, já que são titulares, desde sempre, da lanterna vermelha.
Resta um duelo entre dois conjuntos na mó de baixo, nomeadamente por banda do Courense, em posição pouco consentânea com seu estatuto e em deslocação ao difícil “cenário” do Monte Aval, em Távora.
Já vimos, sumariamente, que também a divisão secundária será marcada pela existência de dérbis. Começando pelo líder, Melgacense, em recepção ao Moreira, com os primeiros na condição de únicos invictos e os forasteiros sem terem saboreado um triunfo, antevendo-se, assim, complicada a tarefa “canarinha”, prosseguindo com o mais “chegado” à liderança, Ancorense, na recepção ao adversário mais próximo, mas também maior rival, Âncora Praia, num confronto sem prognóstico vaticinável e estendendo ao Longos Vales/Raianos, neste dérbi monçanense onde os sanjoaninos anseiam a primeira vitória e os visitantes a continuidade de ritmo no regresso aos triunfos.
Lanhelas/Vila Franca será partida muito interessante, com tendência a equilíbrio, até pela igualdade pontual presente e pelas boas prestações de ambos, a que se pode acrescer a possibilidade dum deles ascender ao pódio, tanto que o titular do último posto, Moreira do Lima, não pontuará, pela folga. O Bertiandos/Cardielense parece pautado pelo mesmo diapasão do equilíbrio e o Anais, que tem deslocação a Perre, pretenderá fazer valer a sua melhor performance, já que o pódio mora ali perto. Resta um Darquense/Fachense, quiçá com maior favoritismo para os da ribanceira da margem esquerda do Lima, já que aspiram a outros voos.
E com a ronda décima, inicia-se a contagem decrescente em Portugal Prio, com os “nossos” representantes em maus lençóis, pelo que, jogando em casa, só a vitória é tolerável. O pior é que a lanterna vermelha, Ponte da Barca, defronta os transmontanos do nordeste, o Bragança, obrigado a regressar aos triunfos para recuperar um dos postos de promoção, e o Limianos “hospeda” o Torcatense, conjunto de objectivo idêntico ao seu, sendo, nesse caso, imperioso a conquista dos três pontos.
O dérbi minhoto Vilaverdense/Oliveirense será o cartaz da ronda, com carácter decisório para os anfitriões aspirarem entrada no pódio. Já o líder Merelinense entra em acção caseira diante do Montalegre, emblema em necessidade pontual, pelo que o triunfo local servirá ainda interesses dos vianenses, que poderão também extrair vantagens doutro dérbi transmontano entre os vizinhos Mirandela e Pedras Salgadas, com os locais em contas mais complicadas, pois ocupam lugar de despromoção.
Ainda mais duas “jogadas” pelo futebol, sendo a primeira para menção a cinco encontros jogados por antecipação na Ledman Liga Pro, entre os quais Santa Clara/Freamunde, de carácter prioritário para os açorianos oriundos de duplo desaire, mencionado ainda Académica/Leixões, com obrigatoriedade dos “estudantes” garantirem aprovação neste “exame” para evitar “chumbo antecipado” e ainda o Fafe/Cova Piedade, no duplo interesse dos fafenses saírem da zona vermelha e os sulistas ascenderem ao pódio.
A outra jogada prende-se com a formação e mormente com a conclusão da primeira fase nacional em Iniciados e Juvenis, não obstante se desenrolar também ronda completa em todos os escalões distritais. Na nova versão nacional naqueles dois escalões, com uma só volta na primeira fase, em Iniciados, ao apuramento de Braga, Guimarães e Famalicão, juntar-se -á o vencedor do embate Moreirense/Rio Ave, se existir, pois em empate serão apurados os vilacondenses. Em Juvenis, serão dois os jogos de interesse, pois apenas Braga e Rio Ave garantiram posições cimeiras, devendo surgir o par de companhia dentre o trio Guimarães, em recepção ao Varzim, que deverá apurar os vimaranenses, com triunfo, e do desfecho entre Palmeiras e Merelinense, seguindo em frente o vencedor ou o Palmeiras por empate, só o conseguindo ambos caso o Merelinense consiga resultado em escala superior aos vitorianos.
Vamos às pinceladas finais, começando em menção à ronda terceira da maratona matinal dos Sábados, em Futebol de Sete, e mais uma jornada nos escalões de Basquetebol, concluindo a fase regular das Cadetes.
Em Futsal, nas meninas, novo dérbi desta vez entre as campeãs de Castanheira e as “canarinhas”, certamente com tendência local, voltando as valencianas de Zona Fut a jogar no seu ambiente com Deucriste e realçando ainda a partida entre Darquense e as líderes do Limianos. Em masculinos, destaque, obviamente, para a partida Âncora Praia/Amigos de Sá, de vital importância no contexto da primeira metade.
No Torneio de Abertura, em Juniores Femininos, deveremos contar com a primeira “trapaça”, embora a importância seja diminuta: a prova terá a última ronda sem definição do vencedor. Já não se estranha, mas pelo dito popular “embora se hábito fizesse o monge”, já tínhamos um convento cheio de frades.
Fundão/Benfica será o jogo mais atractivo da Liga Sport Zone, com o álibi dos encarnados não poderem repetir a surpresa, pois o Sporting não deverá correr riscos, no seu pavilhão, diante do Porto Salvo, tal como o Braga parece favorito na recepção ao Burinhosa.
Voltamos a finalizar com stiques em dose dupla. Pela segunda nacional, Braga tem nova saída, agora até ao Marco e voltar a perder pontos será perigoso pela dianteira, onde se encontram Espinho, favorito em recepção à Juventude Pacense, e Infante de Sagres com deslocação merecedora de todas as cautelas até aos Carvalhos, também em objectivo de regresso aos maiores. Já o “nosso” Vila Praia se fica por casa para, obrigatoriamente, vencer a lanterna vermelha, Pessegueirense, e mantê-lo sem pontos.
Com o calendário actualizado na elite do Hóquei nacional, o quarteto de liderança joga no exterior, com o Sporting em Barcelos, onde a equipa local ainda não deu boa nota do seu valor, pelo que os leões terão que contar com arreganho dos “galos”, jogando o Benfica em Tomar, no jogo de abertura, pelo que se sujeita a liderança isolada por horas, nem que tenha que surgir um terceiro penalti consecutivo daqueles a quem chamam “salvadores”, uma vantagem isolada ao menos cinco horas, se a vitória sorrir ao Porto, que encerrará a ronda, na ilha do Pico, diante da Candelária que costuma dificultar a tarefa aos Dragões. Resta a Oliveirense, também grande candidata ao título, que se desloca até nós, a Valença, em partida de grau de dificuldade elevado para os valencianos, que, pela determinação e vontade, não estarão derrotados à entrada para o jogo. Menção final à Juventude de Viana/Riba D’Ave, encontro com sinal de sentido obrigatório ao triunfo por banda dos vianenses, aliás motivados pelo recente em Valongo.
Tudo apostos, portanto, para festejar S. Martinho, quiçá com castanhas e se possível muitos golos.
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