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Melgaço

“As Aves”

14 Novembro, 2024
21:00
Associação A Batela, Alvaredo

É uma peça de repertório clássico Ocidental

“As Aves” é uma peça de repertório clássico Ocidental. Apesar de ter ganho apenas um segundo lugar na competição dionisíaca em que estreou, esta comédia com um forte sentido crítico em relação aos “males de Atenas” é considerada a obra prima de Aristófanes. A narrativa assenta na capacidade de persuasão que um humano – Pistetero – tem sobre as aves, levando-as a concretizar os seus desejos. Aves do campo, aves da montanha, aves das árvores, aves das correntes de água, pântanos e mares – todas são levadas por Pistetero a edificar uma cidade que paira no céu. A cidade começará a rivalizar com o Olimpo e acabará por derrotá-lo e substituí-lo, e Pistetero, ele próprio transformado (travestido?) em ave, torna-se a divindade suprema, no lugar de Zeus. A peça tem uma forte componente musical, não apenas por incluir o tradicional coro síncrono na locução das palavras e algumas canções, mas pela imitação das aves que permite; e inclui momentos de dança.

A mala voadora junta-se às Comédias do Minho para uma incursão por este texto de Aristófanes, não apenas pelo seu conteúdo alegórico – a fundação de uma cidade ideal e a vitória de uma figura persuasora de multidões –, mas também pelas oportunidades teatrais que ele oferece: (1) as experiências formais que a presença simultânea de aves e humanos permite, designadamente no que se refere aos modos de dizer o texto (explorar a musicalidade das palavras com vista a níveis variáveis de abstração) e à potencialidade coreográfica de representar animais; e (2) a conceção da cena como lugar de utopia no que se refere, não apenas à deslocação trans-histórica da cidade imaginária de Aristófanes para o presente, como ao interesse que a oposição ao antropocentrismo tem adquirido em conjeturas ontológicas recentes. Vamos especular sobre este lugar de ambiguidade, entre a fábula e o comentário político, entre a utopia de um novo mundo e a distopia do excesso de ambição, entre o humano e o não-humano, entre teatro, dança e concerto. Também temos a ambição de criar um mundo, no nosso caso, cénico.

direção Jorge Andrade, com assistência de Maria Jorgetexto Jorge Andrade, a partir de Aristófanescom Cecília Matos Manuel, Cheila Pereira, David Pereira Bastos, Luís Filipe Silva, Maria Jorge, Pedro Moldão, Sara Costa, Tiago Barbosacenário e figurinos José Capela, com edição de imagem de António MVexecução dos figurinos Isabel Gonçalves (Blue)luz João Fontedireção técnica João Fonte (mala voadora) + Vasco Ferreira (Comédias do Minho)produção Joana Mesquita Alves, Sofia Freitas e Cláudia Teixeira (mala voadora) + Pedro Morgado e Luís Carlos Silva (Comédias do Minho)coprodução mala voadora, Comédias do Minho, Centro Cultural de Belém, Centro Cultural de Lagos e Teatro Nacional São João

A mala voadora e as Comédias do Minho são estruturas financiadas pelo Governo de Portugal – Ministério da Cultura/Direção-Geral das Artes.

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