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Ponte de Lima

22 Janeiro, 2010 - 11:51

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Daniel Campelo, o democrata-cristão que viabilizou o Orçamento do Estado (OE) em 2000 e 2001 do Governo socialista apelou à realização de um pacto de regime entre PS, PSD e CDS-PP.

Daniel Campelo, o democrata-cristão que viabilizou o Orçamento do Estado (OE) em 2000 e 2001 do Governo socialista apelou à realização de um pacto de regime entre PS, PSD e CDS-PP.
"O facto de uma pessoa viabilizar o OE não confere responsabilidade directa de governação. Essa é conferida ao Governo. O Parlamento dá condições de governabilidade, mas o Governo é que governa e que assume as responsabilidades do que faz e do que não faz", disse Daniel Campelo em entrevista à Agência Lusa.
Segundo este militante do CDS-PP e antigo presidente da câmara de Ponte de Lima, deve-se, "dentro de certos limites", deixar governar quem ganha as eleições de acordo com aquilo que foram os seus programas eleitorais. A abstenção de Daniel Campelo, à revelia do CDS-PP, foi decisiva para viabilizar o OE em 2000 e 2001, apresentado pelo Governo minoritário de António Guterres.

"Os partidos, muitas vezes, fazem um jogo duplo, de hipocrisia. Há 10 anos, quando eu votei o Orçamento, todos os partidos queriam que o Orçamento passasse, e eu acho que agora também querem. Só que há ali um cerimonial que está a ser feito, que vai acabar por ser resolvido, pelo menos neste ano e no próximo. Não sei o que vai ser depois", afirmou Campelo.

O democrata-cristão apelou a um pacto entre os três partidos "da área da governabilidade" (PS, PSD e CDS-PP) para encontrar "uma solução de regime" para o futuro do País.

"Os partidos estão numa situação de grande disputa entre eleições, quando a disputa devia ser no processo eleitoral. Acho que falta uma cultura de responsabilidade dos partidos entre eleições", acrescentou, defendendo a criação de círculos uninominais "para responsabilizar os deputados perante o seu eleitorado".

"Em Portugal, há muitos deputados que são escolhidos para não chatearem ninguém e para levantarem o dedo quando faz falta. Isso não beneficia o Parlamento nem a democracia", criticou.

Como contrapartida para a viabilização do OE em 2000 e 2001, Campelo exigiu uma série de investimentos para o distrito de Viana do Castelo, sobretudo acessibilidades, mas também o apoio para a construção de uma fábrica de queijo em Ponte de Lima, uma vez que a que existia naquele concelho tinha sido deslocalizada para Vale de Cambra.
Essa deslocalização esteve na origem de uma greve de fome feita no Parlamento contra a utilização da marca "Limiano" fora do concelho.
Numa associação a este episódio, o OE de 2000 acabou por ficar conhecido como o "Orçamento Limiano", mas Campelo rejeita esta ideia.
"Se alguém quisesse encontrar um nome para o OE, podia ser Orçamento do Ambiente ou Orçamento das Lagoas. Foi através das Lagoas que houve uma grande aproximação entre mim e o Governo, nomeadamente o ministro [José Sócrates] que foi eficaz na classificação das Lagoas [como área protegida]", rematou Campelo.

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