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Valença: Campeã paralímpica aplaudida na caminhada para o Rio de Janeiro

11 Fevereiro, 2016 - 15:04

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Inês Fernandes não escondeu a emoção. Já tem uma ‘pessoa especial’ a quem dedicar medalhas.

“Sinto-me muito feliz. É bom sentir todo este apoio para chegar até aos objetivos que eu quero”. Aos microfones da rádio Vale do Minho, a atleta paralímpica Inês Fernandes não disfarçou a emoção depois de uma cerimónia onde foi felicitada e recebeu o apoio de vários valencianos, empresários e de gente vinda de toda a região. “Vou tentar as medalhas e é para isso que estou a treinar. Estou muito confiante que vou chegar lá”, continuou a campeã valenciana com um sorriso.
Inês Fernandes é a atleta valenciana mais medalhada de sempre e uma referência do atletismo paralímpico nacional [lançamento do martelo e disco]. Das conquistas mais recentes destaca-se a medalha de ouro e outra de prata, em Praga, na República Checa, no 9º Campeonato do Mundo de Atletismo IAS. “Os treinos são bastantes difíceis. É treinar de manhã e à tarde. Mas tenho de fazer isto para estar pronta para os Jogos”, disse.
Sobre a importância da prática do desporto, Inês não teve dúvidas na mensagem a deixar. “Pratiquem. Faz muito bem à saúde!”, sublinhou. Já no que diz respeito a medalhas, a atleta revelou ter já uma “pessoa especial” a quem vai dedicar se as conquistar. Quem é? “Fica em segredo”, concluiu com uma gargalhada.
Do lado da autarquia, o presidente da Câmara mostrou-se uma vez mais orgulhoso. Agradeceu “a todos os que têm apoiado esta iniciativa, em especial à Inês Fernandes e ao seu treinador, pelo facto de levarem o nome de Valença e de Vila Nova de Cerveira aos quatro cantos do mundo. Por elevarem bem alto o nome de Portugal por esse mundo fora”. “Isso é motivo de regozijo de todos nós”.

Federação e Comité lamentam fracas condições na modalidade

A cerimónia desta quinta-feira, realizada no auditório dos Paços do Concelho, em Valença, contou ainda com a presença do presidente da Federação Portuguesa de Atletismo. Sem palavras brandas, o dirigente lamentou a falta de recintos em todo o território nacional. “Somos a modalidade olímpica com menos condições. Não há cidade do país que não tenha um pavilhão, que não tenha um campo de futebol e que não tenha uma piscina. Mas as pistas de atletismo contam-se pelos dedos das mãos”, apontou João Vieira. Deixou, por isso, um desafio à autarquia de Valença. “Espero que a Câmara [de Valença] pense também, no seu plano estratégico desportivo, na construção de uma instalação que nem precisa de ser uma pista de 400 metros. Pode ser uma pista simplificada e nós já pedimos pouco!”, frisou. “Pode ser uma reta sintética onde as crianças das escolas possam ter acesso à prática daquela que é a modalidade olímpica número um e a mais antiga, que vem já da antiguidade clássica”, rematou.
Da parte do Comité Paralímpico Português, o presidente não ficou indiferente a estreita colaboração entre os municípios de Valença e Vila Nova de Cerveira no apoio dado a Inês Fernandes. “Esperamos que este envolvimento entre as câmaras municipais e juntas de freguesia possa permitir um aumento significativo da prática desportiva entre as pessoas com deficiência”, disse Humberto Santos que lamentou sobretudo a baixa prática desportiva entre os portugueses. E, de acordo com o responsável, os números são ainda mais reduzidos nas pessoas portadoras de deficiência. “Isto só será possível inverter quando o exemplo dado pela Federação Portuguesa de Atletismo chegar a outras federações. O deporto é deporto sem adjetivação!”, defendeu. “Não interessa se o desporto é para altos, para baixos, para magros, para fortes, para pessoas com ou sem deficiência. É desporto! E para ser desporto deve ser praticado nos mesmos clubes, nas mesmas infraestruturas, com as mesmas condições técnicas, com os mesmos requisitos que qualquer outro praticante tem acesso”.
Por sua vez, o treinador da atleta fez uma síntese da caminhada até ao momento da prova. Salientou o esforço e o espírito de sacrifício que Inês Fernandes tem de ter para atingir os melhores resultados. “Tudo acaba depois daquele momento de aquecimento. A Inês segue por um túnel. O treinador, ou quem quer que seja que esteja ao lado dela, vai por outro. Depois há toda uma espécie de variáveis que nunca podem adivinhar-se”, explicou Jorge Rodrigues.
Esta é a segunda presença de Inês Fernandes, de 28 anos, numa edição dos Jogos Paralímpicos depois de, em 2012 em Londres, ter alcançado um 4º lugar, além de ter sido a porta-estandarte de Portugal na cerimónia de abertura. Neste momento, a atleta está em fase de preparação com treinos regulares no Centro Municipal de Atletismo, em Vila Nova de Cerveira.
Os Jogos Paralímpicos de 2016 vão realizar-se entre 7 e 18 de setembro de 2016, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil.

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