Súmula da jornada de 14/15 de Fevereiro

Apressemos então o balanço dum fim-de-semana de Carnaval e simultaneamente de Dia de Namorados, sendo que esta comemoração talvez tenha trazido mais “efeitos” que o lato período de folia carnavalesca. É que ouvimos, pelo menos um técnico dizer, que não deveria haver jogos depois de tal efeméride, numa indirecta à referência que não tinha setas apontadas à baliza adversária porque Cupido as tinha desviado.
Iniciando, como norma, pela primeira divisão do futebol vianense, o Neves foi o grande protagonista da ronda ao ganhar em dois campos, simultaneamente, e ganhar fôlego de forma a poder aguentar um atropelo inesperado. Recebendo o extremo oposto da tabela e lanterna vermelha, Campos, o líder não teve tarefa facilitada, nomeadamente na segunda parte onde os forasteiros criaram muitos calafrios, mas como não concretizaram a igualdade a dois golos, sofreram o terceiro e ficou a questão arrumada a contento do Neves, redobrado, já que no “cartaz” da jornada, a equipa de Correlhã, com um golo solitário obtido na etapa complementar, infligiu derrota ao Ponte da Barca e afastou os da terra da Nóbrega dos calcanhares, relegando-os a quatro pontos de atraso e emparceirando-se com os vizinhos de Arcos, com estes a triunfarem sobre o Castelense, igualmente por um único golo averbado, suficiente para se manterem na corrida.
Virando agora as agulhas para o Vale do Minho, o Desportivo de Monção regressou às vitórias seis jogos depois e obteve o primeiro triunfo desta segunda volta, recuperando em Melgaço os pontos perdidos em casa no jogo da primeira “mão”. Um golo único apontado à entrada para a recta final da partida bastou para os três pontos, tal como idêntica marca, praticamente na mesma altura, com o senão de ter surgido de grande penalidade, serviu os desígnios do Valenciano no confronto com o Vila Fria, perante indignação do técnico vilafrigidense, sendo ainda a marca com a qual o Courense averbou derrota na deslocação a Moreira do Lima, equipa que deixou a lanterna vermelha, há algumas semanas, e vai galgando terreno de modo a colocar já outros em sentido.
Finalmente os promovidos “P”, Paçô e Perre, que tiveram deslocações e saíram irmanados na derrota, deixando os vianenses em desconfortável lugar de regresso às origens e os arcuenses em perda nítida de pontos armazenados. O Perre sucumbiu no vizinho Lanheses, com derrota por três a um, sendo os quatro golos apontados na etapa derradeira, enquanto o Paçô foi vergado por dois a um em Vitorino de Piães, numa jornada com apenas dois golos/jogo tendo ficado cinco conjuntos em branco.
Bem mais produtiva, quase em dobro, foi a ronda da divisão secundária, que, curiosamente, também teve cinco conjuntos sem o sabor do golo. Só que, como é óbvio, uns tiveram que contribuir para os outros e neste particular, o líder Chafé marcou por ele e pelo adversário, Moreira, que levou ao descalabro de oito golos sem reacção. É caso para dizer que o Moreira pagou com juros elevados o atrevimento de cinco no jogo da primeira volta, foi ao “tapete” com o terceiro K.O. consecutivo e resta-lhe agora levantar-se para ver se ainda segura o quinto posto, pois o Vianense B, que triunfou sobre o Caminha, está já a menos de uma vitória de atingir esse patamar.
Apesar dos oito golos, o líder não ampliou a vantagem já que do trio perseguidor, todos a jogar em casa, um par triunfou e manteve as distâncias. Falamos do Vila Franca que averbou triunfo, tangencial e difícil sobre o Gandra, num encontro com cinco golos, ao passo que o Arcozelo apenas conseguiu um perante o Ancorense. Por exclusão das partes, coube a “fava” aos Raianos que voltou a perder em casa emprestada, sinal que não vai com os ares da Tomada. Desta vez foi o Távora que converteu uma grande penalidade, a cinco minutos do final da partida, e levou os três pontos para o Monte Aval, deixando os monçanenses a dez e cinco da liderança e da subida, respectivamente.
Lá pelos fundos, tivemos permuta de propriedade da lanterna vermelha que voltou à posse das Águias do Souto, pois o Castanheira não foi pela solidariedade e enfiou três ao “vizinho”, permutando com ele, sabe-se lá até quando. Em mais dois jogos intermédios, os caseiros Fachense e Bertiandos levaram a melhor sobre os adversários, Darquense e Lanhelas, não obstante a réplica excelente proporcionada pelos lanhelenses que chegaram à igualdade por duas vezes, mas acabaram por sofrer um terceiro que os deixou sem pontuação.
Reapareceu neste fim-de-semana de Entrudo o nacional de seniores e logo com um dérbi vianense, entre o conjunto da capital do distrito e a equipa da vila das artes, que havia partido na frente, mas já se encontra atrás. Um golo único apontado pelo Vianense, apesar de ter jogado grande parte em inferioridade numérica, possibilitou a ultrapassagem ao Cerveira que mora agora no último lugar sem melindre, mas apenas com dois pontos de avanço desses incómodos postos, pertença de Limianos, apesar de ter cumprido o objectivo do encontro com o líder Vilaverdense, vencendo por um golo único, emparceirado com Santa Maria que sofreu primeiro desaire na lanterna vermelha, Vieira, onde foi derrotado por dois a um, numa vitória que apesar de não ter possibilitado aos vieirenses a saída desse indesejado posto, os deixaram a escassos dois pontos desse desiderato.
Resta o duelo transmontano com os forasteiros de Pedras Salgadas a “borbulhar” em Bragança, a provocar indigestão em vez de alívio aos locais, valendo-lhe na vitória a retoma da dianteira desta fase, numa ronda primeira aliciante e a prometer emoções, tanto que os dez pontos à partida na diferença entre extremos ficaram reduzidos a oito após estes desfechos.
Uma frase para exprimir que os dois destacados desta série rumo à fase de promoção, ambos jogaram fora de casa, mas também ambos sofreram derrota, ainda que tangencial, com o Fafe a perder no vizinho Famalicão, por dois a um, enquanto o Mirandela foi sofrer um golo a Vildemoinhos, registando-se ainda vitória caseira do Varzim, por três a dois, sobre o Sousense, enquanto em terras de Cesar a recepção ao Salgueiros se quedou por um nulo final.
No futebol profissional da II Liga, o Tondela mantém a liderança com a mesma vantagem inicial de três pontos, face a nulo caseiro com Leixões, embora com mudança de protagonista perseguidor, que passa a ser o Chaves, após triunfar sobre o Marítimo, já que a Oliveirense foi derrotada no Benfica, de forma pesada.
Na liga principal, o destaque vai, naturalmente, para o Sporting que se pode ter despedido do título no Restelo, após imitação ao seu rival lisboeta, tendo também conseguido empatar aos noventa e quatro, numa partida desastrada do seu guarda-redes, que ajudou à vantagem dos da Cruz de Cristo, já que o Benfica, nesta ronda, não deu alento à concorrência, voltando a repetir os três a zero sobre a turma sadina, desta vez sem recurso a grandes penalidades, tendo também o Porto, de serviços mínimos e com pensamento já na “Champions”, triunfado sobre os Conquistadores, num encontro característico de “Sexta, 13”, com duas caras bem distintas em cada parte, a segunda das quais muito feia e nada agradável.
Pelos fundos da tabela, o “galo” de Barcelos levantou bem alto a crista, vencendo o Paços de Ferreira, com um golo apetitoso, que lhe permitiu subir três degraus do poleiro, mirando já para baixo e vendo o Penafiel a manter-se na lanterna vermelha, depois de derrota caseira e tangencial sobre o Marítimo, em jogo frenético de sete golos, encontrando ainda a Académica que se ficou pelo nulo frente ao Boavista e também o Alverca, derrotado em Braga, por dois a zero, que consolidaram o quarto posto aos arsenalistas, uma vez mais beneficiados na ronda e tendo duas almofadas de igual dimensão, quer para baixo quer para o cimo.
Duas pinceladas finais extra futebol, até porque a ronda do Inatel foi “desviada” para o próximo fim-de-semana, sendo a primeira para endereçar uma palavra de simpatia ao Valença H C que, apesar da eliminação da Taça de Portugal, obrigou a sofrimento terrível e colocou em sentido o campeão em título, Valongo; a outra para referir a vitória das meninas do Soutelense sobre o Castanheira, que, salvo alguma surpresa inesperada, lhe deverá garantir mais um título de campeã em seniores femininas e nova presença pelos nacionais.