Súmula da jornada de 10/11 de Janeiro

É claro que vamos ter campeões na nossa Associação, já que os campeonatos por ela organizados são compostos exclusivamente por conjuntos distritais, pois se estivéssemos à espera dos que militam nos nacionais, vem ficávamos a ver navios. O fim-de-semana, em termos nacionais, para os nossos representantes, foi um autêntico descalabro e, exceptuando, apesar de tudo o Cerveira, ou as coisas mudam de figura ou arriscámos mesmo a despromoção de dois emblemas.
Três derrotas averbaram os nossos representantes na penúltima ronda desta primeira fase do nacional de seniores! E se a do Cerveira magoa pela expressão de quatro a zero nas Pedras, que foram bem Salgadas, não faz tamanha mossa como as de Limianos e Vianense, porque consentidas em seus domínios, em momento em que se impunha proibição absoluta. O Limianos estava impedido de deixar o Mirandela triunfar, porque estava e permanece em lugar de despromoção directa, já com alguma diferença significativa aos postos de salvação.
Apesar disso, deixou marcar um golo aos transmontanos e ficar à mercê doutro transmontano na ronda final. Pior que isso, o Vianense começa a nem saber o que é ganhar, sendo a derrota caseira, por dois a zero, perante o Bragança um rude golpe, precisamente perante o adversário que os da foz do Lima deveriam deixar para trás. E o desastre acabou por não ser ainda de maiores proporções, porque Santa Maria acabou por não se lhe escapar, já que sofreu um golo na recta final da partida na lanterna vermelha, Vieira, que obrigou a empate a um e perda de dois pontos a cada qual dos intervenientes.
Tranquila e relaxadamente, o Fafe foi anfitrião do Vilaverdense, também algo tranquilo por esta ocasião, e o empate final a um golo acaba por ser reflexo dessa despreocupação.
Enfim, uma ronda em que os quatro bracarenses se solidarizaram em dois empates entre si, em contrapartida aos três transmontanos que não se compadeceram do trio vianense.
Cá entre nós, o Neves sagrou-se campeão de inverno na I divisão distrital vianense, sendo essa uma das hipóteses à entrada para a ronda derradeira da primeira parte. E tal como adiantámos na antevisão, foi-o porque triunfou em Melgaço, apesar duma vitória sofrida, mormente na segunda parte do encontro. A vantagem de três golos ao intervalo não seria perspectivada por um triunfo tangencial em que o empate esteve, diversas vezes, no horizonte, após ter passado por alguns calafrios sentidos até nas terras da Nóbrega, onde o Ponte da Barca espreitava a escorregadela do líder a cada passo que ia ampliando o seu pecúlio, à custa do Paçô, desta vez tão inofensivo, que deixou os locais chegar à meia dúzia, estabelecendo novo record da prova. De forma quase semelhante, também o Atlético dos Arcos foi construindo um resultado expressivo à custa da lanterna, Moreira do Lima, que ainda teve artes de apontar o seu ponto de honra, nos instantes finais, quando o anfitrião já abrandava o ritmo após os quatro golos até então conseguidos.
E se o trio da dianteira se manteve nas distâncias entre si, também o quarto posto continua pertença do Valenciano após vitória muito sofrida e com um golo único conseguido na recta final, em Campos, num encontro em que esteve largo período de tempo em inferioridade numérica, em que o nulo chegou a pairar nas expectativas e Fábio Nunes levantou um par de vezes a cartolina avermelhada.
O quarteto que ocupava o quinto lugar acabou desfeito, sendo agora o Courense o único dono desse lugar, graças a um golito enfiado ao Lanheses, suficiente para o trio de pontos, porquanto o Vitorino de Piães deixou o Beira-Mar em desvantagem, levando na bagagem um só golo do Castelense, já que Desportivo de Monção e Correlhã se empataram, no Manuel Lima, com um golo para cada lado, acabando, uma vez mais, os monçanenses por não conseguirem segurar uma vantagem no seu terreno, tendo também jogado parte da partida em inferioridade numérica com vermelho a Miguel Martins, por derrube de adversário á entrada da sua área.
Resta um duelo de minicampeonato dos últimos, com resultado em branco entre os vizinhos Perre e Vila Fria, mantendo as posições iniciais do jogo, no final duma primeira parte de campeonato, que apenas admite uma alteração, com o jogo único em atraso, no próximo Domingo: a hipótese da Correlhã atingir o quarto lugar.
E não é que afinal as surpresas surgem onde menos se esperam? Tão convictos parecíamos do título de campeão de inverno por parte do Chafé, logo nesta primeira oportunidade, que, afinal, pode não chegar a sê-lo sequer na segunda! E se a igualdade a um, ao intervalo, imposta pelo Bertiandos, no 9 de Julho, nos cheirava a semi surpresa, ei-la total com a derrota caseira, por dois a três, do ainda líder, que dispõe de nova oportunidade, na semana que aí vem, na deslocação a Arcozelo. O problema é que, precisamente, o Arcozelo pode sagrar-se ele mesmo vencedor da primeira volta conquanto que vença o jogo, nem que seja por um a zero, tal como o conseguiu esta ronda, também caseiro, perante o vizinho Fachense.
O Vila Franca salvou-se da terceira derrota consecutiva e triunfando em Darque, com dois golos sem sofrer qualquer, recuperou, para já, o segundo posto, à custa do Moreira que também sofreu segundo desaire consecutivo na Tomada, desta vez perante o Vianense B, que marcou dois golos na etapa inicial e o Moreira, na segunda etapa, não passou de um. Também o Raianos saiu vergado a derrota em Âncora, já que os minutos iniciais da segunda parte lhe foram fatídicos, encaixando dois golos para juntar ao que havia consentido nos cinco finais da primeira parte, de modo que a reacção só foi suficiente para perder pela diferença mínima.
Foi necessário chegar à última ronda para que as Águias do Souto conseguissem a primeira vitória, algo surpreendente, mas aconteceu em Gandra, por dois a um, na despedida de época para o nosso Rémi Leite (bom sucesso, caro amigo, lá pelos ERASMUS), que teve como prémio a saída da lanterna vermelha, confiada, a partir de agora e por tempo incerto, ao Castanheira, batido em Lanhelas, por três a zero, um triunfo que permitiu à turma local a subida de mais um degrau na escada classificativa. A ronda concluiu-se com mais um triunfo forasteiro – o quinto – do Távora, na foz do Minho, onde marcou um golo ao Caminha e arrecadou os pontos em disputa.
Pelo futebol profissional, maravilhosa se mostra a II Liga, com nova troca do comando, com o regresso do Freamunde a essa condição, após triunfo sobre a lanterna vermelha, Trofense, conjugada com derrota da Oliveirense e beneficiando ainda da igualdade entre Chaves e Tondela. Continua, porém, em aberto ainda o título de campeão da primeira volta, podendo ainda chegar à posse de meia dúzia de candidatos.
A liga principal trouxe à superfície o trio dos ditos grandes, ou seja, os “clássicos” já ocupam os três lugares do pódio, não obstante a felicidade suprema dos leões, num triunfo “contra natura”, em Braga. Esta expressão não significa, de modo algum, injustiça no resultado, antes o descrédito colocado na vitória, com a retirada de avançados leoninos para … ganhar o jogo. Cada qual tem ou procura a sua felicidade e a “partida” está bem pregada ao técnico bracarense, pois o envaidecimento levou-o a calar-se, supostamente porque adivinhava que o calariam?!
O líder Benfica e o perseguidor, Porto, cada qual à sua maneira e nos seus recintos, aplicaram a mesma chapa três ao Guimarães e Belenenses, mantendo a diferença inicial e adiando, por mais algumas semanas, quem sabe, novas emoções a prova.
Realce na jornada à liga dos últimos, com um jogo frenético em Barcelos, anormal, com mais vermelhos que golos, pois naqueles, houve igualdade a dois, e nestes, os “galos” bicaram duas vezes na segunda parte, superando o golo dos penafidelenses na primeira metade.
Tudo isto e muito mais se poderia mencionar num fim-de-semana que teve emoções para todos os gostos, e no Valença H C o retorno duma grande equipa com o derrube do líder, em sua própria casa. Vem já por aí outro líder para destronar. E nós queremos certificá-lo daqui por mais uns dias. Essa e muitas outras emoções.