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Paredes de Coura

Paredes de Coura: PS aprovou ‘orçamento do emprego’ em noite sossegada

12 Dezembro, 2015 - 09:02

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Sessão ficou marcada pela maior passividade do PSD. Críticas mais inflamadas vieram do lado do PCP.

Tudo fácil para o PS. Numa noite em que as Assembleias Municipais tradicionalmente se incendeiam, os socialistas ‘jogaram à bola’ como quiseram e quanto quiseram perante um PSD dormente. Quase nada aguerrido. Tanto assim foi que o próprio presidente da Câmara acabou a felicitar os social-democratas. “A oposição, em vez de vir para aqui com um discurso crítico, reconheceu que em determinados aspetos as coisas estão no bom caminho”, disse Vítor Paulo Pereira esta sexta-feira, com ar visivelmente satisfeito.
Discutia-se o Orçamento Municipal para 2016. Situado nos 11,6 milhões de euros, foi definido pelo edil courense como “o orçamento do emprego”. Em jeito de discurso sintético, o autarca socialista salientou desde logo que “o emprego produz bem-estar, felicidade e alegria para as famílias. Ao mesmo tempo cria a riqueza e a receita necessárias para acudir aos mais desfavorecidos”. Paredes de Coura, continuou Vítor Paulo Pereira, “foi um dos concelhos que mais emprego criou nos últimos tempos. Existe, pois, um ambiente que é favorável ao desenvolvimento”. O Executivo, garantiu o edil, vai investir 700 mil euros na expansão, requalificação e melhoramento das zonas industriais.
A Educação e a Cultura são também “áreas privilegiadas” neste orçamento. “Somente através da educação e da cultura é que os nossos filhos estarão preparados para enfrentar o futuro”. Na conversão em números, o Executivo Municipal courense prevê investir nestas duas áreas cerca de 2 milhões e 220 mil euros. “Isto representa 20% do orçamento. Um facto notável e reconhecido quer por todos os courenses, quer pelo país em geral”, realçou Vítor Paulo Pereira.
Ainda na linha dos números, o autarca sublinhou o estatuto de autarquia que melhor paga no distrito de Viana do Castelo. Vítor Paulo Pereira puxou dos dados da Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL). De acordo com a lista do Prazo Médio de Pagamento Registado por Município, em dezembro de 2014, o município de Paredes de Coura pagou a sete dias, cotando-se como a autarquia melhor pagadora entre todos os municípios do Minho e Alto Minho. “Este não é um orçamento comum. É um orçamento feito para as pessoas. Feito para a criação de emprego”, concluiu.

“Para mudar a curva demográfica é preciso mudar a economia”

As críticas mais aguçadas ao Orçamento Municipal acabaram por surgir do lado do PCP. Pela voz do deputado João Alves, os comunistas recordaram o lema que os socialistas usaram durante a campanha eleitoral de 2013 – «Ousar Mudar». “Notam alguma mudança radical em muitas freguesias?”, questionou João Alves de olhar colocado nos presidentes de Junta ali presentes. “Reconheço que há realmente um aumento do emprego. Mas era só o que faltava temos um novo presidente [Vítor Paulo Pereira iniciou mandato em 2013] e ele desistir de criar emprego. O presidente está a tentar fixar os que cá estão. No entanto, já perdemos muito e vamos continuar a desertificar. Não estamos a conseguir fixar tantos casais jovens como devíamos”. Em jeito de conclusão, o deputado do PCP definiu o documento como não sendo mais do que “o orçamento da evolução da continuidade”.
A resposta do PS veio pelo deputado Manuel Miranda. O socialista lembrou a austeridade vivida durante os últimos quatro anos de Governo PSD/CDS-PP. Considerou, por isso, que o atual Executivo courense “tem feito por isso um trabalho extraordinário”. “O deputado João Alves esquece-se que o Governo do Dr. Passos Coelho fez descentralização de serviços sem o devido pacote financeiro. Essa descentralização caiu nas autarquias!”, lamentou Manuel Miranda. “As autarquias tiveram de fazer muito do serviço que competia ao Governo. As autarquias que melhor se comportam, e Paredes de Coura é uma delas, têm ainda de contribuir para o fundo de apoio municipal. São verbas significativas e tudo isso contribui para a diminuição do orçamento real”, esclareceu Manuel Miranda. “Sejamos leais quanto às observações que se fazem. Durante dois anos fizeram-se já muitas obras de requalificação e manutenção em vários edifícios no concelho. Não pode ver-se só um aspeto!”, finalizou.
Sem José Augusto Caldas [líder da bancada do PSD ausente por razões pessoais], os social-democratas fizeram-se ouvir pelo deputado Dinis Pereira. Os apontamentos feitos foram semelhantes aos já realizados pela bancada comunista. O PSD defende ainda uma maior aposta no turismo. “Tirando o Festival Vodafone Paredes de Coura e algumas atividades aos fins-de-semana, quase não vem cá ninguém. É importante chamar gente para estes lados. O desenvolvimento de um concelho faz-se com recurso ao privado”, recordou o deputado ‘laranja’.
Na resposta ao PSD, o presidente da Câmara disparou argumentos económicos. “Quem quiser mudar a curva demográfica, tem de mudar o orçamento. Para mudar a curva demográfica de um país é muitas vezes preciso mudar a economia e até a própria mentalidade das pessoas”, considerou Vítor Paulo Pereira. “Este é um orçamento virado para o emprego porque é o emprego que cria a dinâmica!”, rematou.
No momento da votação, o Orçamento Municipal contou com o voto favorável da maioria socialista. O PCP votou contra. Já o PSD optou pela abstenção.

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