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Monção

Monção: Novo hipermercado abre portas esta quinta-feira

23 Novembro, 2017 - 03:14

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É hoje. Quase dois anos após o anúncio feito pelo antigo presidente da Câmara aos jornalistas, Monção passa agora a contar com quatro hipermercados. O novo Lidl abre portas esta […]

É hoje. Quase dois anos após o anúncio feito pelo antigo presidente da Câmara aos jornalistas, Monção passa agora a contar com quatro hipermercados. O novo Lidl abre portas esta quinta-feira e espera-se forte concorrência aos ‘vizinhos’ geograficamente mais próximos: o Continente e o Pingo Doce.

No entanto, no ranking dos super e hipers que apresentam os preços mais baixos, os alemães da Lidl ainda nem sequer estão no pódio português. De acordo com dados da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) revelados no final do passado mês de outubro, o Continente voltou a ser o supermercado com os preços mais baratos do mercado. Segue-se o Continente Modelo e, a fechar o pódio, surge o Jumbo. Na quarta posição da lista dos supermercados mais baratos surge o Pingo Doce, e só então aparece o Lidl no quinto posto da tabela. Mais abaixo, o Intermarché e, em último, o Minipreço.

Para chegar a estes resultados, a DECO analisou um cabaz de 141 produtos que “incluem marcas de fabricantes e marcas próprias de gama média de cada uma das lojas”.

 

Anúncio surpreendeu toda a vila

 

Foi em março de 2016 que Augusto Domingues, então presidente da Câmara, revelou aos jornalistas a vinda de uma nova superfície comercial. “Já vos posso adiantar que há outra grande superfície que pediu para licenciar, concretamente o Lidl. Vamos analisar. Não vos vou dizer já que vamos autorizar. Vamos ver o que eles trazem e que contrapartidas nos dão”, disse o autarca socialista. A notícia deixou surpeendeu toda a comunidade. Seria o quarto ‘hiper’ na vila. Houve quem ficasse satisfeito mas houve também quem apontasse o excesso de grandes superfícies comerciais no concelho.

Augusto Domingues garantia na altura estar atento ao comércio tradicional. Sublinhou a ideia de que o progresso é inevitável. Defendeu por isso que os comerciantes deveriam adaptar-se à nova realidade. “O pequeno comércio também tem de modernizar-se. Não pode ter lojas da mesma forma que tinha há 40 anos. Tem de as modificar, dar-lhes cor e funcionalidade. Manter aquele ‘ram…ram’ de há 40 anos já não resulta”.
O antigo edil mostrava-se confiante que a vinda da nova superfície iria trazer ainda mais benefícios para a vila. “Há casos de pequeno comércio que, mesmo com as grandes superfícies em Monção, tem trabalhado bem. Estas grandes unidades trazem emprego. Colocam muita gente a trabalhar. Essa será uma das nossas exigências: gente de Monção a trabalhar lá”, frisou Augusto Domingues.

 

 

 

Hipermercado mais antigo sem medo

 

Um mês depois, a Rádio Vale do Minho falou com o gerente do Hipermercado Coca – o mais antigo no concelho (fundado em 1992). De sorriso no rosto, Manuel Cunha mostrou-se tranquilo perante a anunciada chegada do Lidl.  No entanto, o responsável pelo Coca, admitiu que este cenário poderá ter influência nos três hipers já existentes. “A concorrência é saudável. Faz-nos pensar! Faz-nos ficar mais irrequietos e procurar melhor”, disse.

Durante o programa Radiografia transmitido pela Rádio Vale do Minho nesse mês de abril, Manuel Cunha defendeu ainda que o comércio tradicional terá de adaptar-se a esta nova realidade. “Deve modernizar-se. Há algum comércio tradicional que está há 50 anos com a mesma imagem”, apontou. “Eu não posso fazer uma publicidade na televisão, mas posso fazer um cartaz ou um simples folheto. Temos de aproveitar todos esses meios ao nosso alcance para uma melhor divulgação”.

 

Assunto ferveu em Assembleia Municipal

 

Ainda durante o mês de abril do ano passado, o presidente da Associação Comercial e Industrial dos Concelhos de Monção (ACICMM) e Melgaço foi convidado pela Rádio Vale do Minho a pronunciar-se sobre esta matéria. Américo Reis não via com bons olhos a chegada do Lidl. Considerou  a notícia “uma surpresa. É quase surrealista!”. “Acabei de escrever um e-mail que vou encaminhar para todos os partidos com assento no Executivo Municipal”, revelou. “Todos nós sabemos que os postos de trabalho são precários. Todos sabemos que os horários que obrigam a fazer são quase que anti-sociais e anti-familiares. Não contribuem absolutamente nada para a coesão familiar e social”.

O presidente da ACICMM questionou ainda a escolha de Monção por parte destes grupos. “Essas empresas não são tontas! Existem estudos de mercado e existem, à partida, possibilidades de negócio. Caso contrário não vinham para cá. Haverá algo muito objetivo para essas empresas virem para cá e só pode ser vindo do lado de Espanha. Mas o que me interessa a mim é defender o comércio tradicional”, concluiu.

As palavras do presidente da ACICMM não caíram bem na bancada socialista da altura na Assembleia Municipal de Monção. “Não posso também como deputado municipal repudiar as palavras do suposto representante dos comerciantes. Só faltou referir que estas empresas não pagam aos seus trabalhadores ou têm ordenados em atraso, ou que para receber têm que apresentar queixa no tribunal do trabalho. Nunca ouvi nada relativamente a estas empresas, mas já ouvi sobre supostos empresários”, atirou o deputado José Adriano Monteiro Alves. O deputado socialista apelou mesmo ao então presidente da Câmara, Augusto Domingues, para que “a autarquia colabore, dentro do possível, para que nesta terra exista desenvolvimento, para que se criem postos de trabalho que contribuam para a fixação e constituição de família dos jovens do concelho. E isto que digo, aplica-se tanto às médias superfícies como ao pequeno comércio”.

 

 

 

CDS imediatamente ao lado do Comércio Tradicional

 

Ainda com um vereador no Executivo Municipal, o CDS colocou-se imediatamente ao lado do comércio tradicional perante um novo hipermercado a surgir no horizonte monçanense. Aos microfones da Rádio Vale do Minho, Abel Batista lamentou “a falta de políticas públicas favoráveis ao comércio tradicional”. O autarca centrista lembrou que “o comércio não funciona protegido. Funciona pelo que o cliente quer e pelo que o que o cliente é capaz de absorver. As condições criadas pelas superfícies comerciais são muitíssimo atrativas. E não estou a falar do preço, mas sim das condições de acesso! Ou seja, se eu quiser parar o meu carro para comprar no comércio tradicional de Monção tenho de pagar estacionamento”.  Abel Batista foi ainda mais longe. “Nalguns sítios proibiram até o estacionamento. Noutros apertaram a rua de forma a condicionar o trânsito e depois querem que eu vá lá comprar”. Ao invés, continuou Abel Batista, num hipermercado “há estacionamento de borla, tenho acesso direto e sem barreiras arquitetónicas ao estabelecimento. Tudo isso são facilidades que os clientes hoje querem”.

 

PSD recetivo ao investimento privado e criação de emprego

 

“Metade dos clientes do Lidl de Valença são de Monção”. Os dados foram revelados à entrada do mês de maio do ano passado pelo então presidente da Câmara, Augusto Domingues. Foram obtidos durante uma reunião entre a autarquia e a diretora de expansão da empresa. Mesmo sem a exatidão dos números, poderá residir aqui a justificação para o interesse daquele hipermercado no ‘berço do Alvarinho’. “Traz IMI, traz emprego, traz galegos, traz movimento! E se há empresas que pensam que Monção é terra de oportunidades, nós não temos de contrariar”, defendeu o autarca socialista.
Durante a sua intervenção, o presidente da Câmara voltou a garantir que a autarquia iria pedir contrapartidas ao novo hipermercado. “Também o fizemos aos outros. Eu não descobri a pólvora!”, recordou o autarca. “Quem suportou financeiramente a avenida da Lagoa foi o Pingo Doce. Quem fez a rotunda do Rio Park foi o próprio Rio Park. Quem fez a rotunda do Continente foi o próprio Continente”, enumerou Augusto Domingues. No entanto, o edil voltou a avisar que “isto não vai facilitar o impedimento. Quem nos impede é a lei e isso é ‘clarinho como a água’”.
Sobre esta matéria, e ainda do lado do PS, o vereador Paulo Esteves abordou a reunião que iria decorrer em breve entre a autarquia e a ACICMM. “Penso que nesta reunião deveriam ser questionados os serviços que a ACICMM presta ao nível dos associados, da indústria e ao nível do comércio. Que assessoria faz aos associados. Quantos postos de trabalho tem e qual o horário de trabalho. Quantos associados tem? Quem são os que pagam e os que não pagam? No fundo, ver mais profundamente esta questão porque, como sabemos, o emprego está na agenda dos três partidos. A ACICMM tem de ser uma alavanca para ajudar o Município”.
A ideia de Paulo Esteves foi apoiada pelo PSD. No que diz respeito ao novo hipermercado, António Barbosa, que na altura liderava a oposição social-democrata [hoje presidente da Câmara de Monção] deixou antever recetividade. “É evidente que todo o investimento privado é bem-vindo a Monção. Todo o investimento é útil porque cria emprego e por toda a dinâmica que traz também para o nosso concelho”.

 

 

 

Despedido por trabalhar horas a mais

 

O gerente de uma loja Lidl em Barcelona foi despedido no final do passado mês de outubro por trabalhar horas a mais, relata jornal espanhol El País. De acordo com a publicação, que cita a carta de despedimento, o funcionário, Jean P., foi despedido por chegar diariamente à loja “entre 49 e 87 minutos” antes da hora de abertura, trabalhando durante este tempo sem picar o ponto.

A loja argumenta que Jean P. — que trabalhava no Lidl desde 2005 — violou a regra segundo a qual “cada minuto que se trabalha é pago e cada minuto que se trabalha deve ficar registado”. A empresa justifica, por isso, o despedimento com “incumprimentos laborais muito graves“, e teve inclusivamente de consultar as câmaras de videovigilância para reconstituir os passos do funcionário.

 

Polémica com iogurtes gregos

 

Foi no passado mês de setembro que a nova imagem representativa da Eridanous (linha de produtos gregos como iogurtes, almôndegas, entre outros) escolhida pela cadeia Lidl, gerou polémica nas redes sociais. A cadeia optou por utilizar uma fotografia da igreja ortodoxa Anastasi, localizada em Santorini, e para evitar o “uso de símbolos religiosos” decidiu apagar, em photoshop, as cruzes no topo das cúpulas do edifício. “Estamos a evitar o uso de símbolos religiosos, porque não queremos excluir nenhuma crença religiosa. Somos uma empresa que respeita a diversidade, daí o design dessas embalagens”, avançou um porta-voz da empresa na Bélgica a uma estação de rádio local, citado pelo jornal The Telegraph.

Utilizadores das redes sociais, provenientes de países como Bélgica, Alemanha, Reino Unido e Grécia, criticaram e colocaram em causa a decisão da empresa, tendo um utilizador em questão assegurado que “se fossem produtos de países muçulmanos, hindus, judeus ou sikhs, com os respetivos símbolos representados nas embalagens, não teria qualquer problema em comprá-los”, relata o Observador. À parte da censura e desaprovação, houve também quem aproveitasse para ridicularizar a situação, com a criação de imagens ilustrativas.

 

Quem são eles?

 

A Lidl é uma rede de supermercados de origem alemã, presente em 30 países em todo o mundo. Foi fundada por Dieter Schwarz em 1973, na Alemanha. Pertence ao Schwarz, o maior grupo de retalho na Europa. Depois da abertura da primeira loja Lidl, tornou-se no maior grupo de varejo alemão, com mais de 9.900 lojas em toda Europa. De acordo com um estudo publicado pela empresa de consultoria Deloitte, o Grupo Schwarz com o discounter Lidl, é agora o quarto maior grupo comercial do mundo.

No entanto, a origem da empresa Lidl remonta aos anos 1930 em Heilbronn. Josef Schwarz [pai de Dieter Schwarz] entrou em 1930 como sócio pessoalmente responsável na empresa Lidl & Co., que em seguida foi renomeado Lidl & Schwarz KG. Depois da II Guerra Mundial, o filho, Dieter Schwarz, transformou a empresa como maior discounter mundial. Após a abertura das primeiras lojas Lidl nos anos 70, a expansão na Alemanha deu-se até aos finais dos anos 1980. A internacionalização começou na década seguinte.

Existem hoje lojas Lidl em quase todos os países da Europa. O Lidl possui – à frente de todos os outros distribuidores – a maior rede de lojas alimentares da linha discount no velho continente. O Lidl tem atualmente 11.250 filiais e 136 centros de distribuição no mundo. De acordo com os dados mais recentes, as vendas geradas em 2015 foram de 79,3 mil milhões de euros.

 

 

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