Não há candidatos à liderança da Comissão Política Concelhia do PS Monção. A confirmação foi dada à Rádio Vale do Minho esta sexta-feira por Manuel José Oliveira, coordenador demissionário desta estrutura. “Não temos referência sobre qualquer lista apresentada. Já comuniquei o facto ao presidente da mesa, José Emílio Moreira e ao presidente da Federação Distrital, Miguel Alves”. O prazo para entrega de listas terminou esta quinta-feira. As eleições estão marcadas para o próximo dia 19 de janeiro. As concelhias do partido vão a votos, mas isso não vai acontecer em Monção. “A Federação Distrital do partido terá de indicar assim nova data para serem realizadas eleições”, explicou o ex-dirigente.
Recorde-se que, depois de duas décadas no poder, o PS perdeu a Câmara de Monção para o PSD nas eleições autárquicas do passado dia 1 de outubro. Seguiram-se dias de tensão nos corredores do partido que culminaram com a demissão de Manuel José Oliveira. Estávamos em novembro do ano passado. Visivelmente desiludido com a generalidade dos militantes, o dirigente lamentou na altura um plenário onde “tinha de rolar alguma cabeça”. As consequências estão à vista mas o presidente demissionário garante que o amor ao PS não acabou ali. “Levam-me a cabeça, mas não levam meu cérebro! Mas que não se esqueçam que a cabeça é só carcaça!”, atirou aos microfones da Rádio Vale do Minho.
Enquanto não chega um novo líder, é Manuel José Oliveira quem dá seguimento a “funções de ordem administrativa”, explicou. “Do ponto de vista da liderança política, essas funções cabem ao presidente da mesa em conjunto com a vereação socialista na Câmara Municipal”.
Torna-se evidente que o eco dos números do passado dia 1 de outubro ainda está bem audível entre os socialistas monçanenses. No entanto, Manuel José Oliveira rejeita qualquer cenário de crise no partido. “Acho que é normal em qualquer partido que está a digerir uma derrota eleitoral. Existem situações internas no partido que têm de ser observadas e tudo isso condiciona tempos”, explicou. “Quem pegar na Comissão Política no futuro, terá de ter a consciência que o faz para ter um partido unido, renovado e com uma ideia clara do que quer para o futuro. Caso contrário, o partido poderá cair num marasmo complicado”, alertou.
Em tom preocupado, o ex-líder da concelhia desafia os militantes a avançarem. “As pessoas têm de ter a coragem de vir para a frente e dar o corpo às balas e sentirem-se também responsáveis por um partido que estava organizado. Tudo se precipitou”, prosseguiu Manuel José Oliveira aos microfones da Rádio Vale do Minho. “Evidentemente que toda a gente tem culpa nesta derrota, mas é uma culpa que tem de ser partilhada por todos”, defendeu.
De espírito optimista, o antigo coordenador acredita que muito em breve surgirá um nome ou até mais com intenções de assumir o leme da concelhia socialista de Monção. “O partido está numa fase que não é de crise, mas de reflexão, no sentido de perceber o que quer. Tivemos mais de cinco mil votos! Não podemos deixa cair no esquecimento um partido que fez muito por Monção”, concluiu.
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