PUBLICIDADE
3
AVANÇAR

Menu

+

0

0

Monção

Monção e Salvaterra do Miño dão primeiro passo para constituição de Eurocidade

13 Dezembro, 2014 - 18:16

165

0

Municípios assinaram este sábado um acordo de princípios.

Os municípios de Monção e Salvaterra do Miño assinaram, este sábado, no Cine Teatro João Verde, um acordo de princípios, contendo as principais áreas de interesse comum e as linhas estratégicas para a concretização de um futuro partilhado entre as duas localidades transfronteiriças.
A oficialização deste compromisso, que contou com o apoio da Agrupacion Europea de Cooperacion Territorial Galicia – Norte de Portugal, realizou-se no âmbito do V Seminário Luso-Galaico de Direito local, encontro organizado pelo Núcleo de Estudos de Direito das Autarquias Locais (NEDAL) com o apoio da autarquia local e Casa Museu de Monção/UM.
O autarca monçanense, Augusto Domingues, assinalou que este “acordo de colaboração ansiado há muitos anos por ambas as populações” constitui “o ponto de partida para a afirmação de ideias comuns e a efetivação de projetos conjuntos”.
Salientou que serão criadas condições concretas para uma cooperação mais acentuada na vertente cultural, desportiva e empresarial, realçando que, a partir de agora, o rio Minho e a ponte internacional vão finalmente unir as duas localidades vizinhas. “Ainda não existe uma verdadeira união. Não falo da afetividade e do contato diário entre as pessoas das duas margens. Nesse campo, não tenho dúvidas. Falo de setores centralizados como a saúde ou a protecção civil. É necessário dar passos concretos de aproximação nestas áreas. A partir de hoje, com vontade e empenho, vamos fazê-lo” adiantou.
Numa intervenção pontuada por episódios ligados ao rio e ao contrabando, a maior empresa da região há algumas décadas atrás, Augusto Domingues terminou com um poema de Gentil de Valadares sobre a inauguração da ponte internacional em 29 de março de 1995, desejando que, este acordo entre amigos, permita o lançamento de outras pontes.
O alcalde de Salvaterra do Miño, Arturo Grandal, manifestou-se satisfeito pela confirmação oficial de um relacionamento com décadas de existência e classificou este dia como histórico para duas comunidades que, desde sempre, estiveram disponíveis para o diálogo e cooperação.
Abordou a importância desta parceria como fator de aproximação entre os dois povos, reforçando a atividade conjunta em diferentes áreas e a rentabilização económica subtraída da utilização partilhada de equipamentos coletivos. Focou ainda o recurso conjunto a programas comunitários transfronteiriços potenciadores do crescimento económico e qualidade de vida das populações.
Para Arturo Grandal a ponte é uma rua ou o coração que faz funcionar um corpo. Esse corpo é Monção e Salvaterra do Miño. Por isso, deixou uma pista para as próximas gerações. “Porque não apenas um município? Até adiantou dois nomes: monsal ou salmon. Uma realidade difícil de prever. Afinal de contas, são dois países. Pela primeira vez, o tema foi abordado publicamente. Será um começo?”, questionou.
Entrados no seminário, foram abordados dois painéis com conferencistas portugueses e galegos. No primeiro debateu-se a “Eurocidade Monção-Salvaterra do Miño: um projeto em marcha”. No segundo, o trajeto de “40 anos de urbanismo de Salvaterra do Miño e de Monção”.
No debate posterior, o público deixou indicações sobre a melhor forma de colocar o projecto da Eurocidade em andamento. Ficou a certeza do envolvimento dos participantes e da vontade expressa em ideias comuns. No fecho, António Cândido de Oliveira, professor da Universidade do Minho e diretor do NEDAL, congratulou-se com o resultado do encontro e desejou a continuidade desta dinâmica através da realização de novas iniciativas e contributos.

Últimas