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Alto Minho

ENVC: Programa dos “patrulhas” foi uma “ajuda” à empresa mas “não correu bem” – ex-CEMA

29 Junho, 2012 - 09:19

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O ex-chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) Nuno Vieira Matias admitiu hoje que o programa de reequipamento, com a construção de oito navios-patrulha oceânicos (NPO) em Viana do Castelo, “não correu bem” porque apenas um foi entregue.

O ex-chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) Nuno Vieira Matias admitiu hoje que o programa de reequipamento, com a construção de oito navios-patrulha oceânicos (NPO) em Viana do Castelo, “não correu bem” porque apenas um foi entregue.

“Era uma forma de ajudar os Estaleiros de Viana a progredirem, a terem encomendas e a financiarem-se para poderem evoluir, fazerem concorrência a outros estaleiros e sobreviver. Mas o programa não correu bem”, afirmou, durante uma conferência sobre construção naval, em Viana do Castelo.

Segundo Vieira Matias, interveniente na negociação entre o Ministério da Defesa, liderado na altura por Paulo Portas, e os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, para a construção de oito patrulhas, cada um avaliado em cerca de 50 milhões de euros, apenas um chegou à Marinha, entregue em 2011.

“Era para estar entregue em 2005. Se é só culpa dos ENVC ou de quem superintende, aí já não sei. Mas são atrasos de muitos anos e é para esses números que o mercado olha”, apontou o almirante.

Há cerca de um ano que a construção do NRP Figueira da Foz, o segundo da classe Viana do Castelo, está praticamente parada, alegadamente, segundo os próprios trabalhadores, pela falta dos recursos financeiros, da parte dos ENVC, para assegurar a compra do material restante, avaliado em cerca de nove milhões de euros.

O primeiro “patrulha”, NRP Viana do Castelo, foi entregue em abril de 2011 e o segundo deveria ter chegado, segundo a última reprogramação, em setembro desse mesmo ano.

Estes novos “patrulhas” construídos e desenhados pelos ENVC têm 83 metros de comprimento, capacidade para receber até 67 pessoas e uma tripulação de 38 elementos, além de poderem transportar um helicóptero Lynx.

Atualmente, Portugal tem ao serviço seis corvetas, distribuídas pelas classes Baptista de Andrade e João Coutinho, com entre 30 a 40 anos de operação, que progressivamente deveriam ser substituídos pelos novos NPO.

Face à situação vivida pelos ENVC, com um passivo de mais de 260 milhões de euros, o Vieira Matias defende como prioridade a “credibilização da empresa”, através de “produtos de qualidade, produzido a tempo e horas, de acordo com o preço”.

“Sem isso, não vejo futuro”, afirmou, defendendo o “funcionamento em rede” das “capacidades que ainda restam neste pais na construção naval para produzir algo competitividade e de qualidade”.

“É a última oportunidade que temos”, assumiu.

O ex-CEMA criticou ainda o Governo Regional dos Açores, que encomendou aos ENVC o ferryboat “Atlântida” e que depois o rejeitou por uma diferença de um nó na velocidade máxima.
Um negócio de mais de 50 milhões de euros que não tem destino desde 2009.

“São birras e o país não pode aceitar birras”, comentou, durante a conferência realizada em Viana do Castelo.

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