Muitos potugueses, e com responsabilidades na resolução do flagelo social que é a pobreza e exclusão soial, não sabe o que é um pobre. Esta foi a principal conclusão deixada, este domingo à noite, por D. Manuel Martins, no encerramento das XXII Jornadas Teotonianas de Monção.
Debatendo "Da oração de pobreza à oração de compromisso", o bispo emérito de Setúbal não poupou nas críticas ao dinheiro gasto para estudar este fenómeno, em vez de o canalizar para casos concretos e preocupantes da sociedade portuguesa.
Já na abertura das Jornadas Teotonianas, na passada sexta-feira, o Engenheiro Bruto da Costa retratou o "Mapa da Pobreza actual", e lembrou que se estima hoje em Poirtugal a ocorrência de dois milhões de pobres. Especialista na temática propôs para esta realidade causas relacionadas com as decisões políticas e outras com as mentalidades dominantes, nomeadamente o "enfraquecimento da sociedade moral e o depósito da responsabilidade de resolução integral dos problemas no Estado".
O antigo ministro dos Assuntos Sociais no Governo de Maria de Lurdes Pintasilgo estabeleceu uma distinção entre a pobreza resultante da privação, esatdo de carência de quem não tem que comer ou que vestir, daquela que é consequência da falta de recursos. Bruta da Costa explicou que a resolução do problema da pobreza em Portugal passa por estas duas questões, ajudando o pobre a "reconquistar a sua autonomia em matéria de recursos".
"Da Pobreza da injustiça à injustiça da pobreza", este foi o mote das XXII Jornadas Teotonianas de Monção, que ao longo de três noites, esmiuçou o fenómeno, causas, consequências e possíveis soluções com especialistas na matéria.
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