Após uma semana marcada pelas competições europeias com “pronúncia do norte”, em razão das vitórias dos dragões e guerreiros braguistas, do dissipar de todas as dúvidas de Jorge Jesus sobre o valor dos catalães de Barcelona e do lume brando se transformar rapidamente em fogo infernal para Sá Pinto, eis-nos à entrada de mais um fim-de-semana com grandes disputas internas em várias frentes.
Cá pelo burgo, após derrotas expressivas extra muros, Desportivo de Monção e Melgacense voltam aos seus redutos, perante o seu público, num quase tudo ou nada, em função dos condicionalismos do presente campeonato nacional da III divisão. A um e outro, diremos que só a vitória lhes poderá trazer esperança de poder continuar um sonho dourado mas difícil de concretizar em realidade. Sem mais panos quentes.
Os monçanenses vêm de duas derrotas consecutivas e sofrer uma terceira, além dos prejuízos pontuais, acarretaria desmotivação e, potencialmente, diminuição de apoios; um empate caseiro não trará melhor cenário, sobretudo se atentarmos na especificidade da época. Por isso, só a vitória perante o Merelinense conseguirá desanuviar o horizonte que já apresenta algumas sombras.
Os melgacenses, pontualmente, encontram-se em situação idêntica e, logicamente, a perspectiva será a mesma que os vizinhos, em “vésperas” do confronto entre ambos. Aos da terra de Inês Negra cabe defrontar o Vianense, tendo oportunidade de “vingar” os de Deuladeu, mas tem que ter cuidado com a moralização pelos três a zero frente ao Desportivo e o estatuto de capital de distrito, o que além da rivalidade os motiva para fugir a alguma frustração de ficar por baixo.
Trata-se de dois confrontos de grau elevado na importância e na emoção, numa jornada que terá também prova de fogo para o Ponte da Barca em visita a casa do líder isolado, o “convidado” Ronfe, bem como da “prova real” à capacidade da veia goleadora do Bragança, na deslocação a terras de Santa Maria, finalizando com dois embates entre equipas do Baixo Minho: Marinhas/Taipas, com os visitantes a não quererem descolar do trio da dianteira e ainda um Esposende/Maria da Fonte, sob o rótulo de “liga dos últimos”.
Pela Honra, a primeira referência vai para o duelo na Correlhã, com a equipa sensação da ronda inaugural, com a vitória no Rafael Pedreira, a abrir as portas para recepção ao primeiro líder – o Valenciano, única equipa que já marcou dois golos. O embate entre cornelianos e valencianos assume contornos de jogo da jornada, já que apenas um deles continuará na dianteira, em caso de conquista de três pontos, ambos ultrapassados em caso de distribuição dos pontos ou então lançados numa amálgama pontual.
É claro que o citado no parágrafo anterior dependerá também dos restantes confrontos da jornada, onde os três representantes Vale do Minho terão todos o mesmo objectivo: a conquista dos primeiros pontos. O Cerveira terá, teoricamente, a tarefa menos facilitada já que ruma a Castelo de Neiva, onde nem sempre a maré é propícia. Terão os cerveirenses que suar muito e se haver no Beira-Mar e à beira do mar para trazer boa pescaria sem deixar abanar as suas redes.
Campos e Courense não precisam de se deslocar do seu “habitat”, aguardando Bertiandos e Vitorino de Piães, respectivamente, que não sendo adversários fáceis – até porque não existem – têm obrigatoriedade de vencer, até pela importância do factor casa e por qualquer dos oponentes não ter estatuto superior.
Realce ainda para o Neves, sempre eterno candidato, que se estreia na prova sendo anfitrião do vizinho Lanheses, conferindo ao jogo o epíteto de dérbi e, por via disso, com prognóstico reservado, bem como para os dois encontros restantes entre equipas de campeonato equivalente: Vila Fria/Távora, entre dois vencedores na primeira tirada e Moreira de Lima/Paçô, com os limianos a poderem aspirar ao par de vitórias e, inversamente, os arcuenses a tentarem evitar dupla derrota. Em descanso, a equipa da terra das rosas – o Vila Franca.
Na divisão distrital secundária, o nosso trio, depois de estreias caseiras, segue viagens até à margem esquerda do Lima. Mais longínqua a do líder Castanheira até ao 9 de Julho, onde o espera um Chafé derrotado na deslocação a Darque e na tentativa de encetar a recuperação. Um grande duelo em perspectiva, mas a equipa de Alberto Pires terá intenção de tudo fazer para conservar o poleiro.
O Raianos, após quebra do “enguiço” de década e meia sem ganhar no arranque, jogará em campo neutro, já que o Fachense, seu adversário, utilizará o sintético de Piães, podendo daí advir vantagem para os pupilos de Vítor Alves, aliadas ao valor da equipa.
O Moreira vai à Carapita em busca dos pontos perdidos para o “afilhado” de Arcos, mas terá que medir forças com um Águias do Souto perdedor em Messegães. Irmanado na derrota, cada qual quererá fugir dessa condição, conferindo uma importância motivacional extra ao jogo.
Extra Vale, primeiro destaque para o Atlético dos Arcos/Ancorense, quiçá o cartaz de maior emotividade nesta ronda pelos objectivos de subida que ambos nortearão, com o aliciante da estreia absoluta, em seniores, da grande esperança feminina na arbitragem distrital: a valenciano Bárbara Domingues, que já ostenta, com garbo, as insígnias da Federação Portuguesa de Futebol:
Não menos interessantes, serão os embates entre Grecudega/Darquense e Lanhelas/Arcozelo, com os lanhelenses entusiasmados pela vitória em casa alheia, podendo colar-se à dianteira, bem como o duelo entre os dois derrotados Caminha/Vitorino Donas, cada qual na tentativa de evitar o indesejado lugar de lanterna vermelha.
Estabelecemos agora uma ponte na passagem para os grandes e fazemo-lo pela Ponte de Amarante, pois é a essa bela cidade do Tâmega que se deslocará o Limianos, para mais um fôlego no excelente início de época, em contraste com os leões de Alvalade, que atravessam momentos dramáticos e até humilhantes, e que na noite de Domingo continuarão com tarefa dificultada pela visita ao reino do dragão, invertendo-se as posições, na tarde de Sábado, nas respectivas equipas de segundo plano. É certo que completaremos apenas o primeiro quinto, mas um desaire leonino poderá significar abandono de esperança no verde. Será que o “enterro” pré-anunciado de Sá Pinto trará novas garras ao leão?
Extra clássico, as águias abrem a jornada perante a lanterna vermelha, Beira-Mar e, com segurança, ainda não será desta que deixarão essa incómoda posição. Interessante será saber também se a euforia turca, simile à italiana, afectará os arsenalistas que medirão o pulso, em seu domicílio, ao distante Olhanense, antes de mais um prolongada paragem, que apenas poderá ser benéfica para os sportinguistas se adaptarem ao novo timoneiro.
A finalizar, uma saudação especial às meninas do Estrela de Monção, que hoje mesmo farão reaparição do futsal em terras de Deuladeu, onde já obteve pergaminhos, bem como ao basquetebol que também se estreará em termos regionais, bem como aos campeonatos da formação distrital que a partir deste fim-de-semana preencherão inúmeras tardes de Sábado e manhãs domingueiras.
Como de costume, Domingo à tarde, cá estaremos para acompanhar os grandes desafios e na Segunda, em “Prolongamento”, para os rescaldarmos, com mais pormenores.
E porque os jovens já despontarão no fim-de- semana e outras modalidades também farão sua aparição, Terça-feira começaremos a dar-lhe espaço exclusivo de antena, com os “Tamanhos da Bola”.
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