Antevisão à jornada de 30 de Abril/1 de Maio

Eis-nos, finalmente, chegados ao mês de Maio, tempo de todas as decisões, de duros testes aos corações, de festa para os grandes campeões e de tristeza pelas despromoções. Não foi nem é nossa intenção criar a prosa rimada senão fazer ecoar, tonalmente, a veracidade.
Começando hoje pelo alto, entenda-se Liga NOS, a antepenúltima ronda não vai consagrar o campeão, mas poderá ficar “à bica”. O líder Benfica terá honras de abertura, já esta tarde de Sexta-feira, com recepção ao Guimarães, conjunto cuja fama de “conquistadores” há muito se perdeu e, por isso, a ambição desmedida dos encarnados não deixará de derrubar o “castelo” e ficar, sossegado, na expectativa do clássico, no Dragão, onde o Sporting terá espinhosa missão para não perder a esperança no título. Mas trata-se dum clássico, onde não há bons nem maus momentos para se jogarem, e o Porto, apesar de em nada e para nada precisar dos pontos, não deixará de jogar a dignidade e honra e até mesmo um simbólico título de campeão entre os grandes! E não ganhando, como poderá suceder, o Leão entregará o “ouro” ao rival, que marcará festa para a semana seguinte.
Outrossim, também o fundo não ficará totalmente decidido, mas poderá ficar tão inclinado, que dificilmente se endireitará. U. Madeira/Académica, em fecho da jornada, é cartaz explosivo e uma derrota estudantil equivalerá a contrariar o fado “Coimbra, sem encanto, na hora da despedida”. Finalíssima para os académicos e inversamente também para madeirenses, neste jogo escaldante, estará um despromovido (ou ambos?) e nele buscará um empate o Tondela, que, na véspera, em recepção ao Rio Ave joga a primeira ou a última das finais necessárias a uma salvação, que nem por milagre era viável há semanas. E entre este trio, que ficará reservado a Boavista e Setúbal? Ambos em viagem ao exterior, com destinos não muito distantes, embora a adversários com missões distintas, pois enquanto os axadrezados vistam os Cónegos, já comodamente sossegados, mas desinteressados em ter este parceiro, os sadinos deslocam-se a Braga, com os arsenalistas em obrigação de vencer para não hipotecarem o quarto lugar, sob ameaça do sensacional Arouca que tem mais um madeirense por diante, desta vez o Nacional, em sua casa, em oportunidade histórica para carimbar o passaporte europeu.
Nesta panóplia restam dois encontros, provavelmente, os mais tranquilos da ronda, pesem ténues esperanças dos Pacenses a jogar em Belém, embora o Paços de Ferreira dificilmente consiga bilhete europeu, ainda mais difícil de alcançar pelo Estoril, embora seja anfitrião do Marítimo.
Já na II Liga, Chaves espera ter um fim de tarde de Sábado com festa rija pelo retorno do emblema da cidade ao convívio dos grandes. Basta-se a si mesmo uma vitória caseira diante do Farense, que, ironicamente e a acontecer, deverá sofrer as agruras da despromoção. Festa para uns, tristeza para outros, mas os flavienses não estão interessados em voltar a “morrer na praia” e será melhor arrumar desde já a questão, pouco se importando com o outro lugar em aberto, por ora propriedade do Portimonense que tem deslocação à lanterna vermelha, Oliveirense, vendo-se obrigado a triunfo para não ter ultrapassagem quer de Freamunde, em difícil viagem a Olhão, quer de Feirense, em deslocação até terras de Viriato, onde o espera o Ac. Viseu, todos à mira do Famalicão que joga uma última cartada em pleno “Mar” de Matosinhos, perante o Leixões, em situação complicada para permanência no escalão.
O Chaves pretende festejar a subida, mas, simultaneamente, espreitar o título, pelo que seguirá, com atenção, a única partida de Domingo, entre Sporting e Porto, em equipas B, quem sabe se para “desforra” de véspera. Referência ainda ao duelo de “B” entre Braga e Benfica, com a manutenção em jogo, mormente de vital importância para os encarnados de Lisboa.
Em rigor, também por Portugal Prio teremos a antepenúltima jornada, com o Limianos em posição charneira para seus congéneres vianenses. Como cairia bem um triunfo limiano, na Camacha, até porque se libertava das últimas preocupações e poderia ser extremamente útil quer a Neves, quer a Vianense, em confrontos caseiros, embora diante dos dois primeiros e já totalmente libertos de problemas. Neves, enquanto anfitrião do Marítimo B, e Vianense, como receptor do Pedras Salgadas, não podem desperdiçar pontos em casa para manterem a esperança até ao limite. Há ainda um Mirandela/Argozelo que poderá marcar a queda dos “mineiros” a não ser que a solidariedade transmontana ainda o impeça desta vez.
Na série de subidas, o mais provável é que Fafe e Vizela continuem na corrida durante mais uma jornada com essa diferença pontual de três pontos e vantagem directa dos fafenses, já que jogam em seus domínios perante Vilaverdense e Gondomar, respectivamente, já impedidos de promoção. Cumprindo calendário, embora com interesse em evitar a lanterna vermelha, o titular dela, Pedras Rubras viaja ao nordeste transmontano para defrontar o Bragança, ao passo que o Anadia espera pela recepção ao vizinho Estarreja.
A nível distrital e após a festa de Ponte da Barca, o campeonato principal fica em pausa realizando-se mais uma ronda da divisão secundária, onde o já promovido Arcozelo só poderá juntar o título de campeão se o Távora autorizar ou então se os Raianos lho oferecerem não permitindo o triunfo dos arcuenses. A partida do líder não será fácil, pois conta deslocação ao Ancorense, mas os Raianos têm argumentos para travar o Távora e recuperar ao menos o ponto de penalização com que acaba de ser condenado. Independentemente de quaisquer resultados entre eles, estaremos, quando muito a adiar uns dias decisões esperadas, para mal de Bertiandos, em recepção ao Cardielense, ou de Âncora Praia, em deslocação a Anais, cujos triunfos, ainda que prováveis e/ou possíveis, de pouco servirão.
Do trio restante da nossa área, apenas Longos Vales ficará por casa para receber o Fachense, já que Moreira e Melgacense poderão seguir juntos viagem até às margens do Lima, quedando-se os “canarinhos” na direita, em Perre, enquanto os da terra de Inês Negra passam a ponte até Darque, em cumprimento de mais uma ronda, tal como acontecerá em S. Martinho de Gandra com a deslocação do Vianense B ou em Lanhelas, em que a equipa local quer averbar o segundo triunfo consecutivo no seu novo recinto diante da lanterna vermelha, Castanheira.
Passando às modalidades, desta vez e contrariamente ao habitual, o Valença H C só jogará Domingo em Lavra, quiçá no obstáculo mais difícil do trio de rondas em falta, mas certamente obrigado a vencer, pois esse deverá ser o resultado da concorrência, tendo, ao início do encontro, já conhecimento das suas prestações, nomeadamente do Espinho na recepção ao Famalicense e do Riba D’Ave na deslocação à lanterna vermelha, Cucujães. No campeonato principal, apenas dois desafios, com o Benfica no Pico para acerto e fuga na liderança, o que não desagradará quer a Física quer a Braga, que jogam duas horas antes num duelo terrífico pela manutenção que não fugirá, de certeza, a um deles.
Em Futsal, haverá entrega da Taça em Seniores Femininos, com a final a quatro em Afife, casa habitual do Soutelense, um dos participantes que deverá atingir a final, deitando fora o Darquense, sendo a outra meia, a autêntica final entre o campeão Castanheira e Limianos, em espera de desforra.
Para completar o fim-de- semana, a manhã de Sábado estará absolutamente preenchida com os quarenta e três de Futebol de Sete, atingindo precisamente o meio da fase, jogando-se mais uma jornada em todos os escalões distritais de formação, entre Torneios e Campeonatos, com as grandes decisões em proximidade, tal como sucederá nos nacionais salvo excepção a Juvenis, em pausa, pelo honroso compromisso da selecção nacional.
E pronto, chegou o Maio e com ele, como antevemos, preparem-se as máquinas de calcular, para algumas contas bem complicadas. Mas quem deixa para final para as saldar, sujeita-se a não conseguir sequer trocados suficientes.